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Segundo o professor, este conceito é considerado moderno, pois contraria o que ainda é pensado na agricultura - que todas as plantas são iguais. Apesar de ser novidade, já existe tecnologia voltada para este novo método de irrigação sendo aplicada no campo.

Microtubo

Desenvolvido na ESALQ sob orientação do próprio Botrel, o microtubo de comprimento variável é um método de irrigação que visa a economia de água. Acessível ao produtor e já aplicado em várias culturas, a tecnologia permite que a vazão de água no momento da irrigação por gotejamento seja uniforme em cada parte do terreno, independente do desnível ou da perda da pressão por conta da energia de atrito durante a passagem da água dentro do tubo.

- A vazão uniforme se dá porque, para cada necessidade, o microtubo tem seu comprimento ajustado. Adaptando cada planta a um microtubo diferente, mesmo com a variação da pressão devido a algum desnível, todas as partes do terreno recebem a mesma quantidade de água. Essa é a maneira que encontramos para manter uma irrigação uniforme - explica.

O professor afirma ainda que, além da economia de água, o baixo custo também é um benefício. “O microtubo é mais fácil de adquirir e de construir do que o gotejador tradicional. Então temos a economia de água aliada à redução de custos”.

Decisões extremas

Fabio Marin afirma que a atividade agrícola é uma das mais arriscadas no aspecto econômico, e quem depende do clima para produzir sofrerá quebras.

- Haverá perda no estado de São Paulo, a seca já afetou os canaviais. O valor dessa perda ainda não foi contabilizado. São muitas empresas grandes preocupadas para saber o quanto vão colher”, comenta. Ainda segundo Marin, a cana-de-açúcar é relativamente tolerante a seca. “A cana consegue sobreviver a este momento, mas mesmo produzindo, será em menor escala. Parte dessa produção já está comprometida.

Tarlei Arriel Botrel diz que ainda existe outra forma de pensar uma agricultura que atravesse crises como essas sem muitas perdas. “A demanda por água ainda não levou a isso, mas uma saída seria empregar o que chamamos de irrigação com déficit”. O docente afirma que toda planta possui uma quantidade predeterminada de água necessária para sua produção. “A planta possui o considerado fisiologicamente ideal para produzir o máximo, mas neste tipo de irrigação, é dado a ela menos do que isso”, explica.

Mas ainda segundo Botrel, a irrigação com déficit precisa passar por pesquisas e avaliações para definir o quanto seria necessário de água para cada cultivo e o quanto seria perdido economicamente. “Decorrente de pressões como essa pela qual temos passado, a agricultura vai ter que partir para um caminho como esse. Se problemas como esses se perpetuarem, teremos de fazer a irrigação com déficit, o que não é normal hoje em dia”, conclui.

Campus sustentável

Luiz Fernando Novello, especialista em gerenciamento ambiental e funcionário do Departamento de Engenharia de Biossistemas, realizou uma pesquisa abrangendo o campus “Luiz de Queiroz” da USP de Piracicaba, para avaliar o potencial da captação de água de chuva para fins não potáveis no período de outubro de 2013 a março de 2014. Observando o tamanho significativo da maioria dos telhados dos prédios do campus, o objetivo foi identificar o quanto estes telhados – em teoria – seriam capazes de captar água da chuva.

Segundo Novello, para chegar ao resultado, foi necessário avaliar três fatores - a área de captação, a precipitação local e a demanda dessa água de chuva. “Minha demanda por água foi a de fins não potáveis, que são as utilizadas em vasos sanitários, mictórios, irrigação de jardim, lavagem de calçada, tratores, maquinários agrícolas e irrigação de pequenas estufas, e também na parte de laboratórios, para fins de uso em destiladores”, explica.

Para avaliar a área de captação, o especialista utilizou as plantas baixas de vários prédios do campus. Para avaliar a precipitação, Novello fez levantamento estatístico dos dados do posto meteorológico da ESALQ. “Trabalhei com estes dados para determinar a probabilidade de menor ocorrência de chuva em cada mês”, conta.

Posterior às análises, Novello concluiu que a captação de água e seu uso no campus era possível. “Durante o período estudado utilizei 38% dos prédios da ESALQ somados com 100% dos prédios do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA). No total, a área analisada captaria 40% do consumo de

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