Clipping semanal - - page 18

de Zootecnia da ESALQ, realizou um experimento durante 14 semanas procurando avaliar diferentes
filmes plásticos: lonas de polietileno e poliamida; colorações: lonas preta e branca; e proteção sobre a
lona: uso de bagaço de cana, em silagens de milho, as quais foram fornecidas para vacas Holandesas de
alta produção.
Os dados mostraram que os animais não diferiram em relação ao consumo de matéria seca, porém as
diferentes estratégias de vedação utilizadas geraram silagens com qualidades diferentes. Assim, pode se
observar que a digestibilidade in vivo das silagens variou de 58,9 a 67,5%, com produções de leite
variando de 30,4 a 34,4 kg/dia (Tabela 2). Com esse banco de dados gerado fica evidente que o uso de
lona de baixa qualidade (lona preta) causa redução no valor nutritivo da silagem, e mesmo não havendo
redução no consumo de MS a produção de leite é prejudicada de maneira drástica (diferença de 4 kg de
leite/vaca/dia).
As alterações no valor nutritivo das silagens são explicadas pelas diferenças na permeabilidade ao
oxigênio dos filmes plásticos. Quando se compara lona dupla face com lona preta observa que a
permeabilidade ao oxigênio se eleva nesta última em função de sua cor, a qual absorve maior quantidade
de calor em relação à lona dupla face. Dessa forma, os poros na lona se dilatam e maior quantidade de
oxigênio tem possibilidade de adentrar no silo.
Quando se compara a lona dupla face com ou sem a lona de poliamida, observa-se mesmo consumo de
MS e mesma produção de leite (não há diferença estatística), porém o que pode ser notado é que quando
a poliamida é considerada juntamente com polietileno, ocorre redução no descarte de silagem deteriorada
(Tabela 1). O polímero de poliamida apresenta baixíssima permeabilidade ao oxigênio, e assim torna
possível redução de perdas na região periférica no silo (topo do silo).
Quando se utiliza cobertura sobre o filme plástico, como por exemplo, o uso de bagaço de cana, as perdas
são menores e a qualidade nutricional da silagem é superior. Essa estratégia faz com que a lona seja
protegida da radiação solar e das intempéries climáticas, possibilitando menor degradação do filme
plástico e conseqüente menor probabilidade de afetar a qualidade da silagem. Entretanto, mesmo com
proteção, a lona a ser utilizada deverá ser de qualidade. Apesar de eficaz, proteger a lona em muitos
casos se torna um trabalho inviável, diante ao tamanho e quantidade de silagem produzida.
Tabela 1.
Desempenho de vacas em lactação consumindo silagens de milho vedadas com diferentes
filmes plásticos.
Recentemente muita atenção tem-se dado a qualidade higiênica da silagem, principalmente com relação à
presença de micotoxinas que possam estar presentes. As aflatoxinas representam as micotoxinas que
mais causam preocupação, pois apresentam propriedades carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas,
causando grandes danos à saúde humana e elevados prejuízos econômicos no desempenho de animais
domésticos, como os ruminantes.
A aflatoxina B1 (AFB1) é considerada uma das mais tóxicas produzidas por estas espécies. No fígado a
AFB1 é biotransformada à aflatoxina M1 (AFM1), a qual é excretada no leite de animais em lactação. De
maneira geral, os ruminantes por apresentarem o rúmen repleto de microrganismos, apresentam
vantagens em relação aos animais monogástricos na detoxificação das micotoxinas ingeridas. Entretanto,
muitas dessas toxinas passam pelo rúmen, intactas ou biotransformadas em compostos com atividade
biológica remanescente que podem causar danos à saúde do animal.
Neste mesmo experimento conduzido na ESALQ foi verificado que as silagens apresentaram
contaminação por aflatoxinas principalmente nas semanas finais do experimento, o que foi correlacionado
com o aumento da precipitação pluviométrica. Juntamente com a verificação da presença de aflatoxinas
nas silagens, ocorreu excreção de aflatoxina M1 no leite dos animais. A concentração de AFM1 no leite
apresentou valor médio de 0,006 ppb, valor inferior ao estabelecido pelos países da Comunidade Européia
de 0,05 ppb.
A maior presença de amostras contaminadas com AFM1 no leite foi observada nas duas últimas semanas
(13a e 14a semana), com 25% de ocorrência. Em relação aos tratamentos, a silagem proveniente do silo
vedado com lona de polietileno preta gerou excreção de AFM1 no leite em 40% das amostras analisadas,
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