USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículos: Esteta
Data: 28/02/2015
Caderno/Link:
Assunto: Pistas para o controle biológico de praga que infesta a cana-de-açúcar:
Experimentos feitos com leguminosa revelam resultados promissores no combate à broca
Pistas para o controle biológico de praga que infesta a cana-de-
açúcar: Experimentos feitos com leguminosa revelam resultados
promissores no combate à broca
Canavial na região de Campinas: a Diatraea saccharalis infesta a cultura em vários Estados do país
Quando o homem começou a cultivar plantas selvagens, diversos organismos foram encarados como
concorrentes, por conta de seus efeitos negativos à produtividade, como insetos, roedores, pássaros,
microrganismos e plantas (ervas daninhas). Hoje, dentre os principais concorrentes estão os insetos, que
respondem por cerca de 20% dos prejuízos causados, por exemplo, às culturas do milho e do arroz.
Entretanto, esses prejuízos podem ser maiores, variando de 20% a 40%, dependendo da cultura. A
estratégia mais usada para o controle de insetos baseia-se na adoção de agroquímicos, sendo o Brasil um
dos recordistas mundiais na sua utilização.
Mas um estudo de doutorado do Instituto de Biologia (IB) sugeriu que o inibidor de Adenanthera pavonina
(ApTI), árvore da família das leguminosas, desponta-se como promessa para o controle biológico da broca
da cana-de-açúcar a Diatraea saccharalis. Por outro lado, o trabalho também avaliou este inibidor agindo
sobre a lagarta-do-cartucho a Spodoptera frugiperda, que ainda prossegue sendo combatida por meio de
agroquímicos, por ser um inseto resistente a vários inibidores de peptidases (enzimas intervenientes nos
processos digestivos). Desirée Soares da Silva, autora da tese, investigou duas gerações desses dois
insetos.
Segundo a bióloga, falta compreender melhor a ação desse inibidor nos insetos para então propor
ferramentas mais eficientes à sua utilização, inclusive na obtenção de culturas transgênicas, salienta
Desirée, cuja tese foi orientada pela professora Maria Lígia Rodrigues Macedo e coorientada pelo
professor Sérgio Marangoni.
Ela conta que o ApTI começou a ser estudado pelo grupo de pesquisa comandado por sua orientadora, o
qual verificou que este inibidor retardava o crescimento dos insetos, reduzia o seu peso e agia sobre as
enzimas digestivas tripsina e quimotripsina, responsáveis por 95% da quebra de proteínas da alimentação
dos insetos. Vimos então nesse inibidor um potencial para o controle biológico de pragas.
Ao criar obstáculo à quebra das proteínas, os inibidores atuam diretamente nos aminoácidos presentes
nos alimentos que os insetos ingerem e, uma vez afetando a digestão, o seu desenvolvimento fica
atrasado. Os insetos podem morrer de inanição porque a sua digestão estará prejudicada, expõe. Em
geral, estão presentes massivamente em regiões suscetíveis da planta: folhas, flores e sementes. A maior
parte deles é encontrada em sementes de leguminosas, como a de Adenanthera pavonina, árvore nativa
da Ásia.
Trabalho
Desirée procurou testar o inibidor ApTI em pragas como Diatraea saccharalis [começou por ela] e
Spodoptera frugiperda, este último um inseto reconhecido como altamente resistente a alguns inibidores
de peptidases purificados de leguminosas.
A ideia era entender o que acontecia quando um inseto ingeria esse inibidor e tinha seu desenvolvimento
comprometido. Por isso buscamos compreender os seus mecanismos de ação, pois, mais do que ter um