USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Agrosoft
Data: 01/06/2015
Caderno/Link:
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hidrograficas/tecnologia/#respond
Assunto: Programa avalia manejo florestal sobre bacias hidrográficas
Programa avalia manejo florestal sobre bacias hidrográficas
Com o objetivo de avaliar o impacto do manejo florestal sobre os recursos hídricos, o Programa
Cooperativo sobre Monitoramento e Modelagem de Bacias Hidrográficas (Promab), que faz parte do
Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (IPEF), monitora, constantemente, 21 microbacias
experimentais em empresas do setor florestal. O projeto é coordenado pelo professor Silvio Ferraz, do
Departamento de Ciências Florestais (LCF) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da
Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.
Além de Ferraz, colabora no programa o professor colaborador permissionário do departamento e
idealizador do Promab, Walter de Paula Lima. No IPEF, o programa é coordenado pelo Engenheiro
Florestal Arthur Vrechi, formado pela Esalq.
Cada microbacia é monitorada individualmente. Das 21, 12 são cobertas por plantações de florestas de
eucalipto, três por florestas plantadas de pinus, cinco por mata nativa e uma por pastagem. "Os aspectos
avaliados são o balanço hídrico, regime hidrológico e pico de vazão, variáveis físicas e químicas da água
do riacho, perdas de solo e de nutrientes e nível do lençol freático", explica Ferraz. Os dados analisados
são armazenados em um sistema de gerenciamento de banco de dados, localizado no servidor do IPEF, e
disponibilizados à empresa na forma de um relatório.
De acordo com Ferraz, ao longo de 30 anos de pesquisas com monitoramento, foi possível entender muito
dos aspectos referentes à interação entre os plantios florestais e a água. "Entre esses aspectos estão a
dinâmica do uso da água por florestas plantadas e a influência na sua qualidade, bem como as relações
com as práticas de manejo adotadas, que são importantíssimas, pois podem fazer a diferença na
manutenção de um sistema mais saudável e resiliente", afirma.
Manejo
As técnicas de manejo envolvem desde o planejamento do uso de solo, com a devida proporção de
ocupação da produção e proteção das zonas ripárias, diversidade de materiais genéticos e plantio em
mosaico, até as recomendações técnicas de plantio como espaçamento adequado, alinhamento em nível
e manutenção de resíduos. O professor ressaltou que os resultados dos estudos do Promab e do
monitoramento, em conjunto a outras pesquisas, ajudam as empresas a suportar mudanças e propor
melhorias no plano de manejo.
Ferrraz esclarece ainda que o monitoramento é realizado em áreas pré-selecionadas, que representam o
manejo florestal de determinadas regiões. "São monitoradas características quantitativas, em uma estação
linimétrica, com o auxílio de equipamentos eletrônicos para medições constantes de precipitação e vazão.
E, semanalmente, são coletadas amostras de água para análises físico-químicas em laboratório, para
avaliar a qualidade".
Como afirma Ferraz, os resultados obtidos até o momento, em várias microbacias espalhadas pelo Brasil
e Uruguai, sugerem que os impactos na qualidade da água são muito pontuais e de curta duração,
levando a crer que o manejo florestal pode ter efeitos reduzidos quando ações conservativas são
consideradas. "É importante salientar que o monitoramento é de longo prazo, pois os fatores ambientais
[clima, solo] e de manejo [materiais genéticos e técnicas] são extremamente dinâmicos, exigindo sempre a
atenção e disposição à melhoria contínua do manejador, para que a produção florestal esteja em sintonia
com o atendimento das necessidades ambientais das comunidades que estão no entorno dos
empreendimentos florestais", avalia.