USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Rural Notícias
Data: 17/03/2015
Caderno/Link:
ONCENTRACAODOSETORDEMAQUINASAGRICOLAS.html
Assunto: Processo que levou à concentração do setor de máquinas agrícolas
PROCESSO QUE LEVOU À CONCENTRAÇÃO DO SETOR DE
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Pesquisa na ESALQ indica que a formação de oligopólio e internacionalização afetam poder de mercado
de marcas nacionais e dificulta adequação às exigências do agronegócio brasileiro
Os países emergentes exercem papel cada vez mais importante
como produtores e demandantes de tratores e colheitadeiras,
embora os Estados Unidos e a Europa sejam ainda os principais
mercados para esta indústria. “Essa característica do setor de
máquinas agrícolas foi iniciada com o advento da Revolução
Industrial, a partir da formação um grande oligopólio, primeiramente
em nível nacional e, posteriormente, internacional”, afirma Rodrigo
Peixoto da Silva, economista e autor de um estudo sobre a
evolução das estruturas de mercado da indústria de máquinas
agrícolas em âmbito mundial, com ênfase para o caso brasileiro.
A pesquisa, realizada no Programa de Pós-graduação em
Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) destaca os países
e o contexto da origem do setor, bem como as características de sua expansão internacional. “As
estratégias de fusão e aquisição, adotadas como forma predominante de entrada em novos mercados,
são enfatizadas, assim como o seu papel sobre o aumento do poder de mercado na indústria brasileira de
tratores agrícolas”, conta o autor do estudo, que teve orientação de Carlos Eduardo de Freitas Vian,
professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES).
Etapas – O trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro traz o embasamento teórico sobre as
estruturas de mercado em oligopólio e suas formas de concorrência, além de um levantamento histórico
da indústria de forma a relacioná-los, destacando suas principais características e marcos de sua
evolução. O segundo capítulo traz um panorama geral da indústria e do mercado de máquinas agrícolas
mundial na última década, definindo os principais agentes, suas características e vantagens que
proporcionaram o desenvolvimento desta indústria, além de uma caracterização dos padrões de comércio
internacional predominantes. Por fim, o último capítulo tem seu foco no caso brasileiro e analisa os
impactos da concentração de mercado sobre o desempenho da indústria em termos de poder de mercado.
“Para tanto, estimamos os parâmetros de uma função demandada por tratores agrícolas (elasticidade
preço da demanda) e de um indicador de poder de mercado (índice de Lerner)”.
Caso brasileiro – De acordo com a pesquisa, o segmento de tratores agrícolas brasileiro caracteriza-se
por uma estrutura de poucas e grandes empresas que, em grande parte, atuam em nível global. “A
presença de economias de escala, nível elevado de investimentos, extensas redes de distribuição e
assistência técnica, além de fidelização dos clientes às marcas são pré-requisitos para a atuação no
mercado e funcionam como barreiras à entrada de novos concorrentes, assim como as tarifas de
importação. Trata-se de um oligopólio concentrado, com elevado poder de mercado, seja no segmento de
tratores de pequeno porte, seja nas faixas de maior potência”, aponta o economista.