USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Agência USP de Notícias
Data: 17/03/2015
Caderno/Link:
Assunto: Setor de máquinas agrícolas apresenta concentração
Setor de máquinas agrícolas apresenta concentração
Segmento de tratores: oligopólio concentrado, com elevado poder de mercado
Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, aponta que o
segmento de tratores agrícolas brasileiro caracteriza-se por uma estrutura de poucas e grandes empresas
que, em grande parte, atuam em nível global. De acordo com o trabalho do economista Rodrigo Peixoto
da Silva, a presença de economias de escala, nível elevado de investimentos, extensas redes de
distribuição e assistência técnica, além de fidelização dos clientes às marcas são pré-requisitos para a
atuação no mercado e funcionam como barreiras à entrada de novos concorrentes, assim como as tarifas
de importação.
“Trata-se de um oligopólio concentrado, com elevado poder de mercado, seja no segmento de tratores de
pequeno porte, seja nas faixas de maior potência”, aponta o pesquisador, que defende políticas que
adequem as condições de oferta aos diferentes perfis de demanda existentes no País. “Tais medidas
incluem a elaboração ou aperfeiçoamento de programas de crédito como o Moderfrota e Pró-Trator e o
estímulo ao desenvolvimento tecnológico voltado às necessidades da agricultura brasileira, por meio de
maior interação entre fabricantes, universidades e centros de pesquisa”.
No que diz respeito à concentração de mercado, o economista reforça que as políticas devem voltar-se
para o fortalecimento das empresas de capital nacional nos segmentos de tratores em que elas possuem
pequena participação, de forma que possam competir também neste mercado. “Tal medida proporcionaria
maior concorrência no segmento que é atualmente dominado pelas empresas multinacionais e funcionaria
como um limitante do poder de mercado, beneficiando os produtores rurais e estimulando a mecanização
agrícola”, finaliza.
Oligopólio
Os países emergentes exercem papel cada vez mais importante como produtores e demandantes de
tratores e colheitadeiras, embora os Estados Unidos e a Europa sejam ainda os principais mercados para
esta indústria. “Essa característica do setor de máquinas agrícolas foi iniciada com o advento da
Revolução Industrial, a partir da formação de um grande oligopólio, primeiramente em nível nacional e,
posteriormente, internacional”, afirma Silva, que estudou a evolução das estruturas de mercado da
indústria de máquinas agrícolas em âmbito mundial, com ênfase para o caso brasileiro.
A pesquisa, realizada no Programa de Pós-graduação em Economia Aplicada da Esalq destaca os países
e o contexto da origem do setor, bem como as características de sua expansão internacional. “As
estratégias de fusão e aquisição, adotadas como forma predominante de entrada em novos mercados,
são enfatizadas, assim como o seu papel sobre o aumento do poder de mercado na indústria brasileira de
tratores agrícolas”, conta o autor do estudo, que teve orientação de Carlos Eduardo de Freitas Vian,
professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES).
O trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro traz o embasamento teórico sobre as estruturas de
mercado em oligopólio e suas formas de concorrência, além de um levantamento histórico da indústria de
forma a relacioná-los, destacando suas principais características e marcos de sua evolução. O segundo