Nesse contexto surgiram o Sistema de Gestão Fundiária do Incra (Sigef) e o Cadastro Ambiental Rural
(CAR). O Sigef, faltando ainda alguns reajustes, está cumprindo bem o seu papel. O CAR, ainda deixando
muito a desejar, carrega consigo o peso de uma legislação complexa e a insegurança dos profissionais.
Se bem usadas, estas duas tecnologias serão o marco da Agrimensura no Brasil.
Está muito acelerado o desenvolvimento topográfico no Brasil quando se fala em inserir no mercado novos
equipamentos. Podemos dizer que já não lidamos mais com erros sistemáticos devido à imperfeição dos
aparelhos e à falta de exatidão nos métodos de medição, dentre outros mas sim com erros grosseiros,
ocasionados principalmente pelo operador, pela falta de conhecimento em topografia e geodésia.
A automação topográfica vai além do campo e escritório. E, somente conhecendo os equipamentos e as
normas, conseguiremos um trabalho com qualidade. Hoje tudo se completa: Topografia, imagens, criação
de bancos de dados, etc.. No campo se efetua a mensuração, no escritório verifica-se a precisão
utilizando-se softwares adequados, imagens de satélite, etc..
O grande desafio tecnológico e cultural está na qualificação profissional de pessoas para lidar com a
topografia como um todo, este que é um ramo cada vez menos requisitado pelas novas gerações, porém,
um dos mais utilizados.
Sensoriamento Remoto e Análise Ambiental
Por Antonio Morelli
Acredito que 2015 será um ano bom para a área de geotecnologia. A inovação tecnológica avança em
passos largos em todos os setores produtivos. Quero ressaltar o sucesso do lançamento do satélite
Cbers-4. Seus dados serão de grande utilidade, além de apresentarem ótimas características técnicas. As
imagens de alta resolução também vêm com uma nova safra de sensores, melhorando a oferta de dados
remotos de alta resolução e aumentando a concorrência neste segmento. Na área de levantamento de
dados, podemos olhar com atenção o desenvolvimento de VANTs, com sua evolução desde os primeiros
modelos até a tecnologia apresentada hoje. No segmento de software, destaco as aplicações em nuvem.
Essa tecnologia melhora a qualidade de integração dos dados de campo, possibilitando ganho de
velocidade e diminuição de custos de processos. A evolução desta tecnologia favorecerá o incremento de
uma comunidade colaborativa, conceito que já vem ganhando força graças às tecnologias mobile e a
melhoria da internet.
A chegada de novos sensores e tecnologias demandarão uma necessidade constante de
aperfeiçoamento. A formação do profissional sempre será o maior desafio em uma área tecnológica e
manter-se atualizado é a chave da sobrevivência, pois a chegada de novos sensores, softwares e
equipamentos pedem reflexões sobre velhos conceitos e a revisão de paradigmas. Outro desafio é a
abertura para uma discussão jurídica sobre o uso de imagens de satélites de altíssima resolução e das
imagens originárias de drones e VANTs. A regulamentação dessa tecnologia é essencial para a
disseminação desses novos recursos e norteará não só a comunidade de usuários, mas também o próprio
mercado. Essa discussão, apesar de jurídica, deve ser acima de tudo baseada em estudos técnicos, nas
limitações e características de cada tecnologia. Outro desafio está numa maior convergência das
tecnologias utilizadas em outros segmentos para a área de geo, como a utilização de informações
provenientes de bancos de dados integrados (big data) e o uso de dados comportamentais para soluções
urbanas e de geomarketing. Gostaria de ver aplicações não apenas em grandes empresas, mas soluções
acessíveis também para o usuário final, pois só assim acontece realmente a disseminação das novas
tecnologias.
Laser Scanning 3D
Por Rovane Marcos de França
A busca incessante pelo aumento de produtividade e qualidade para os serviços topográficos já faz parte
do cotidiano das empresas desta área há alguns anos. A falta de mão de obra qualificada em países
emergentes como o Brasil aumenta o custo dos serviços e exige soluções para que se possa fazer mais