Clipping semanal - - page 27

com menos. O uso de soluções tecnológicas que reduzem o tempo de trabalho repetitivo ou exigem maior
qualidade cresce bastante, exigindo menos profissionais. Porém, os profissionais que atuam na área
precisam ser mais bem qualificados. Temos uma grande gama de tecnologias no mercado para isso,
passando por estações totais robóticas, GNSS RTK, Laser Scanner e VANTs. O real ganho de
produtividade vem da capacidade do profissional de juntar duas ou mais tecnologias, aproveitando o
máximo e sabendo discernir as limitações técnicas de cada uma delas.
Tecnologicamente a limitação ainda está no software, que acaba exigindo muito do hardware. Precisamos
de sistemas e algoritmos que agilizem o processamento e a modelagem de dados a partir da nuvem de
pontos de forma mais dinâmica e imersiva. Culturalmente, ainda estamos a mercê dos usuários dos
produtos topográficos que exigem a geração de produtos em 2D, seja para análise ou para desenvolver
seus projetos. Esta mudança de cultura para o mundo 3D, infelizmente, não é a curto prazo, levará pelo
menos mais uma geração.
Ferramentas geográficas na gestão pública
Por George Serra
Quando pensamos na grande quantidade de serviços e produtos geotecnológicos que podem ser usados
em um ambiente de governo municipal, temos muitas possibilidades a considerar em 2015. Posso listar
algumas sem titubear, como a consolidação do uso de imagens de satélite de altíssima resolução espacial
e espectral, o amadurecimento do segmento de levantamentos 3D por laser scanner, desenvolvimento de
novos algoritmos de classificação de imagens orientados a objetos, coleta dinâmica de dados em campo
com GIS móvel, transmissão em tempo real, mapeamento colaborativo, mineração de dados e
interoperabilidade, além da perspectiva de legislação e liberação do uso de VANTs nos levantamentos
urbanos. Todos estes elementos são trabalhados com interfaces de software cada vez mais didáticas e
amigáveis, sejam de mercado ou open source.
Logicamente, apenas tecnologia não representa o sucesso de um projeto em prefeituras, que têm como
público final o contribuinte, o técnico da prefeitura como executor, geralmente um cargo comissionado
como gestor e um político como elemento decisório. São muitos interesses integrados e ao mesmo tempo
conflitantes, que têm uma janela temporal de quatro anos para desenvolvimento, execução e finalização.
Um dos principais elementos balizadores para a criação de uma inteligência fiscal e formulação de
políticas públicas é a manutenção atualizada de um cadastro técnico multifinalitário, ou seja, a construção
de bases e sistemas que atendam às pendências das secretarias usando plataformas conjuntas, provendo
respostas às demandas da sociedade e aos diversos órgãos da administração municipal.
Atualmente falamos no desenvolvimento de um cadastro 4D (x, y, z, t), ou seja, com a possibilidade de
medição dos elementos planialtimétricos associados ao monitoramento das transformações urbanas
multitemporais que sofrem continuamente o território de um município. Se pensarmos neste conceito
desenvolvido em um ambiente multiusuário versionado, teremos um grande potencial para a modelagem
de bancos de dados geográficos. Este tipo de ambiente permite o uso de metodologias mais avançadas
na padronização de procedimentos e camadas, por estarem todos os técnicos consultando e editando os
mesmos dados, ao mesmo tempo e com controle de qualidade topológico para identificação e correção
dos erros. Além disto, o armazenamento e controle otimizado do histórico destas alterações no tecido
urbano, associado à democratização destas informações usando aplicações espaciais integradas a
sistemas legados, permitem não apenas a exibição de mapas na web, mas também uma interatividade
com o contribuinte na geração de consultas prévias, emissões de guias ou envio de documentos
georreferenciados para as secretarias, possibilitando assim mecanismos para gestão do município e a
estruturação de um modelo sustentável de desenvolvimento urbano.
Podemos considerar que os principais desafios tecnológicos e culturais no âmbito da gestão municipal
estão associados ao desenvolvimento e disseminação do conceito das cidades inteligentes, as Smart
Cities. Este conceito refere-se ao desenvolvimento de um planejamento sustentável associado à gestão
da ampla e complexa gama de informações geradas dinamicamente nas cidades. Embora saibamos que,
infelizmente no Brasil a realidade da maioria das prefeituras seja de mapeamentos desatualizados,
problemas de infraestrutura, defasagem tecnológica e recursos humanos escassos, o avanço,
diversificação, didática e barateamento da tecnologia aparecem como uma luz para a solução de parte
1...,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26 28,29,30,31,32,33,34,35,36,37,...111
Powered by FlippingBook