Taxas imprecisas e mal calculadas ocasionam graves implicações na questão da seleção adversa

Autor: 
Gislaine Vieira Duarte
Orientador: 
Vitor Augusto Ozaki
Programa: 
Estatística e Experimentação Agronômica
Curso: 
Doutorado
Data da defesa: 
qua, 15/08/2018 - 13:00


Trabalho apresenta novas abordagens do seguro agrícola

Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Estatística e Experimentação Agronômica apresentou métodos alternativos para precificação dos seguros de produtividade e faturamento agrícola.

Na precificação do seguro de produtividade, Gislaine Vieira Duarte, autora do trabalho, utilizou distribuições paramétricas que capturam a simetria, a assimetria e a bimodalidade dos dados, “características geralmente encontradas em produtividades de soja brasileiras e que devem ser levadas em consideração para obter o prêmio atuarialmente justo e mais preciso”. Por sua vez, na precificação do seguro de faturamento, a metodologia de cópulas foi utilizada na análise multivariada entre produtividade de soja e preços (análise bidimensional).

No caso do seguro de produtividade e faturamento (tridimensional), os resultados sugerem que as taxas cobradas pelas seguradoras estão superfaturadas quando comparadas com a metodologia apresentada. “A superestimação da taxa dificulta a expressiva venda de seguros no Brasil, além de atrair agricultores com maiores riscos, fortalecendo o problema de seleção adversa”. No caso do seguro de faturamento (bidimensional), em que não se leva em consideração a influência do câmbio (dólar) na modelagem, “os resultados sugerem que as seguradoras subestimam as taxas do seguro de faturamento, o que pode levar a uma perda grande para a seguradora, pois esta pode estar considerando um risco muito menor do que deveria ser levado em consideração”.

A tese teve orientação do professor Vitor Augusto Ozaki, do departamento de Economia, Administração e Sociologia.


Texto: Caio Albuquerque

Fotos: acervo pessoal da autora e Gerhard Waller (capa)