um utensílio desde as várias etapas para a obtenção da matéria-prima necessária até o produto final -
inclusive sua embalagem de transporte, a distribuição aos consumidores e posterior descarte, levando-se
em conta o consumo de energia, água e combustível em cada uma dessas atividades?, afirma o
especialista em Tecnologia de Materiais, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo (IFSP), Bruno Gianelli.
Assim, a conta do descartável pode ser muito mais alta (principalmente para o meio ambiente). E também
é para nós, pois, segundo dados da International Bottled Water Association, quando bebemos água na
garrafinha, pagamos cerca de duas mil vezes mais do que se consumíssemos pela torneira, já estaremos
da mesma maneira utilizando água, energia e insumos para a produção de mais descartáveis.
Basicamente, 90% do custo não vem da água (por enquanto, pode ser que ela vire algo bem mais
valioso), mas sim, da fabricação de rótulo, tampa e garrafa, que usam recursos como petróleo.
É claro que o uso de descartáveis, como o PET, por exemplo, tem suas vantagens, entre elas, a
resistência durante o transporte, leveza e o emprego de mão-de-obra em fábricas e recicladoras. "É um
tipo de plástico que permite transportar grandes quantidades de produto de forma segura e muito
econômica - tanto para o consumidor, que passa a ter acesso facilitado a diversos produtos, quanto para
as empresas, que gerem sistemas logísticos mais simples e amigáveis ao meio ambiente", defende a
Associação Brasileira da Indústria do PET.
Porém, mesmo o PET, que tem 60% do total sendo reciclado no Brasil hoje, pode gerar consequências
para o meio ambiente. Segundo um estudo da USP Recicla, a produção de um quilo de plástico PET
(politereftalato de etileno), por exemplo, resulta em emissões atmosféricas de 2,3 kg de dióxido de
carbono, 40 g de hidrocarbonos, 25 g de óxidos sulfúricos, 18 g de monóxido de carbono e 20 g de óxido.