Clipping semanal - - page 56

O impacto ambiental de um produto deve ser mensurado por toda a sua cadeia produtiva. Existe uma
metodologia, conhecida como 'avaliação de ciclo de vida', que emprega o conceito de impacto ambiental
de um utensílio desde as várias etapas para a obtenção da matéria-prima necessária até o produto final -
inclusive sua embalagem de transporte, a distribuição aos consumidores e posterior descarte, levando-se
em conta o consumo de energia, água e combustível em cada uma dessas atividades, afirma o
especialista em Tecnologia de Materiais, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo (IFSP), Bruno Gianelli.
Assim, a conta do descartável pode ser muito mais alta (principalmente para o meio ambiente). E também
é para nós, pois, segundo dados da International Bottled Water Association, quando bebemos água na
garrafinha, pagamos cerca de duas mil vezes mais do que se consumíssemos pela torneira, já estaremos
da mesma maneira utilizando água, energia e insumos para a produção de mais descartáveis.
Basicamente, 90% do custo não vem da água (por enquanto, pode ser que ela vire algo bem mais
valioso), mas sim, da fabricação de rótulo, tampa e garrafa, que usam recursos como petróleo.
É claro que o uso de descartáveis, como o PET, por exemplo, tem suas vantagens, entre elas, a
resistência durante o transporte, leveza e o emprego de mão-de-obra em fábricas e recicladoras. "É um
tipo de plástico que permite transportar grandes quantidades de produto de forma segura e muito
econômica - tanto para o consumidor, que passa a ter acesso facilitado a diversos produtos, quanto para
as empresas, que gerem sistemas logísticos mais simples e amigáveis ao meio ambiente", defende a
Associação Brasileira da Indústria do PET.
Porém, mesmo o PET, que tem 60% do total sendo reciclado no Brasil hoje, pode gerar consequências
para o meio ambiente. Segundo um estudo da USP Recicla, a produção de um quilo de plástico PET
(politereftalato de etileno), por exemplo, resulta em emissões atmosféricas de 2,3 kg de dióxido de
carbono, 40 g de hidrocarbonos, 25 g de óxidos sulfúricos, 18 g de monóxido de carbono e 20 g de óxido.
"A crise hídrica é uma tragédia anunciada, sendo que há muito tempo deveriam ter sido elaborados planos
de contingenciamento por parte dos governos municipais, estaduais, federal e agências reguladoras.
Agora, a população está desamparada e despreparada por não possuir o conhecimento necessário,
tentando de todas as maneiras economizar água. Mas, sugiro uma reflexão", diz Bruno.
O que fazer, então?
Bom, até aí, tudo bem, mas muitas pessoas podem se perguntar sobre o desperdício em casa. O que
fazemos, então, para economizarmos a pouca água que tem chegado às nossas torneiras?
Segundo os especialistas, há maneiras práticas de racionamento, como o reuso da água da máquina de
lavar para lavar a casa, uso da água de chuva e do banho para regar plantas e descargas de vaso
sanitário, entre outras. Além disso, estudos indicam que o emprego de máquinas de lavar louça propicia
uma grande economia, indicando um consumo de menos de 100 ml de água por copo lavado. Para
aqueles que não podem, ou não querem, adquirir tais máquinas, a lavagem de louça 'à moda antiga', com
o uso de bacias, também permite uma economia gritante.
Evidente que as opções de economia indicadas envolvem a necessidade de um mínimo de água - o que,
ultimamente, pode também não ocorrer e, aí, não tem jeito mesmo. Então, lembre-se, nesses momentos,
utilize aquele copinho ou garrafinha descartável de forma consciente, por exemplo, leve sua caneca para o
trabalho para tomar água e café, ao longo do dia. E a dica principal: busque saber se o material é
reciclado, já que este tipo pode gerar uma economia de 84% no uso da água (em relação aos outros tipos
de plásticos e materiais descartáveis).
Fonte: TERRA
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