Clipping semanal - - page 64

USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: G1
Data: 13/02/2015
Caderno/Link:http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2015/02/contra-trote-e-
opressao-grupo-cria-espaco-de-discussao-lgbt-na-usp.html
Assunto: Contra trote e opressão, grupo cria espaço de discussão LGBT na USP
Contra trote e opressão, grupo cria espaço de discussão LGBT na
USP
Proposta do grupo é atuar contra a opressão no campus da USP em Piracicaba
O estudante Guilherme Hórak, do 5º ano de engenharia agronômica da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba (SP), disse que o começo do curso não foi nada
fácil para ele. Além de trotes violentos, aqui tem muitos trotes homofóbicos e o constrangimento é grande.
Para evitar esse e outros tipos de opressão, ele se juntou a vários amigos e criou o Coletivo Integra Esalq,
que tem o objetivo de debater questões como o preconceito contra Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis
(LGBT) e encontrar alternativas para a boa convivência no campus.
Grupo acolhe calouros e propõe reflexões na USP
Somos contra qualquer forma de opressão e o trote é uma forma de concretizar essa opressão, falou. E
não só opressão contra os homossexuais, mas contra cor, raça, religião, regionalidade, ou qualquer outro
tipo de discriminação, completou o amigo Fernando Hideki, aluno do 3º ano de engenharia agronômica.
O coletivo foi criado em abril de 2014, segundo eles, após dois casos de homofobia com alunos da
instituição. A gente quer dar respaldo para os alunos, porque quando eles chegam sem conhecer nada, a
primeira abordagem que os moradores de república fazem é uma conversa muito sedutora que acaba
convencendo. E depois começa a opressão, falou Hórak.
Uma vez, eu estava na sala de aula, e o próprio professor fez uma brincadeira homofóbica. O
constrangimento foi tão grande, que eu não conseguia mais prestar atenção no conteúdo, foi horrível. E
isso é mais comum do que a gente imagina aqui, porque a Esalq é muito tradicional, afirmou o aluno.
Segundo ele, são várias as manifestações preconceituosas vistas dentro do campus. Até os professores,
que são os principais responsáveis pela formação dos alunos, muitas vezes incitam a violência no
campus, com comentários maldosos ou piadas preconceituosas, disse Hórak.
A opinião é compartilhada pelo estudante do 3º ano de engenharia agronômica Guilherme Coelho. Ser
homossexual dentro da Esalq por si só já é um problema. A faculdade é muito tradicional. Teve acasos até
de estudantes que já foram expulsos de repúblicas por serem homossexuais, relatou.
O aluno precisa saber que ele não vai ficar sem amigos ou sem emprego se disser não ao trote."
Guilherme Horák
Então, a gente resolveu dar um basta e criou o coletivo, falou Horák. Para eles, um marco do movimento
foi a festa LGBT realizada no Centro Acadêmico Luiz de Queiroz (Calq), em setembro do ano passado.
Foi a primeira festa do tipo dentro da Esalq, isso em 113 anos de universidade, destacou Hideki. E nós
tivemos receio de que a festa estivesse vazia, mas foram 300 pessoas, não só da Esalq. Ficamos muito
felizes, comemorou Horák.
A festa foi só um dos passos para dar força ao coletivo, que atualmente mantém uma boa relação com
todos os centros acadêmicos da Esalq. A gente percebe que tem tido mais respeito, mais abertura, mais
clareza, mais confiança, disse Horák.
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