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USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Grupo Cultivar
Data: 26/02/2015
Caderno/Link:
Assunto: Estudo mapeia impacto das mudanças climáticas sobre o agronegócio
Estudo mapeia impacto das mudanças climáticas sobre o
agronegócio
Os efeitos adversos produzidos por mudanças nas condições climáticas médias sobre o setor agrícola são
divergentes entre os estados, sendo mais atrelados às variações de temperatura e, ao mesmo tempo, a
agricultura praticada no Centro Oeste tem sido a menos vulnerável em relação às variações de
temperatura. Estes são os principais resultados de uma pesquisa conduzida no Programa de Pós-
graduação em Economia, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ). As mudanças
impactam a atividade econômica, e as atividades agropecuárias devem enfrentar tais efeitos de forma
mais intensa, uma vez que o setor tem seu desempenho intrinsecamente dependente dos recursos
naturais e das condições climáticas, aponta a economista Nicole Rennó Castro, autora do estudo.
Segundo a pesquisadora, a questão ganha relevância, uma vez que efeitos adversos sobre a agricultura,
além de prejudicarem os produtores via quedas de produção e produtividade, afetam diretamente os
preços e a qualidade dos alimentos, o equilíbrio do mercado internacional de commodities e, também, a
segurança alimentar global. No caso específico do Brasil, ressalta-se ainda que o agronegócio responde
por parcela relevante da renda, cerca 23% do PIB em 2013 (CEPEA, 2014); o país destaca-se como
importante player no mercado global de commodities agrícolas; e, que o território nacional concentra-se
em regiões de relativamente baixas latitudes, onde os efeitos climáticos, segundo a literatura internacional,
devem implicar em danos mais intensos, fatores que evidenciam a relevância da questão no país.
Com orientação do professor Humberto Francisco Silva Spolador, do Departamento de Economia,
Administração e Sociologia, Nicole avaliou empiricamente, e sob um enfoque econômico, o impacto
potencial das variáveis climáticas (em termos anuais) no valor da produção agrícola agregado dos
principais estados produtores do país. A análise foi realizada a partir de um modelo de efeitos fixos
aplicado a um painel de dados com 10 estados (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerias, São Paulo, Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) durante 23 anos (1990 a
2012). Foi implementada a estimação por meio do uso direto da função de produção, de forma agregada
para cada estado, explica.
O estudo teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e
mostrou que a resposta da agricultura em relação às variações nas condições climáticas médias é
divergente entre os estados. Mesmo que a análise se concentre nos principais estados produtores, ainda
entre eles as estruturas do setor agrícola são bastante distintas. Os resultados estão condicionados às
diferenças na composição da produção agrícola a partir de diferentes lavouras, no nível de tecnologia
empregado e demais estratégias de manejo, e em aspectos como o tamanho das propriedades e outros
fatores, acrescenta Nicole.
Considerando a heterogeneidade dos cenários agrícolas brasileiros, a pesquisa apontou a região Centro-
Oeste como a menos vulnerável às variações na temperatura média. De acordo com o trabalho, diversos
fatores podem ser avaliados a fim de se justificar este resultado. O expressivo crescimento da região
como grande produtora e exportadora no contexto nacional; a predominância da soja no Valor Bruto de
Produção destes estados cultura que teve expressivo aumento de adaptabilidade a diversas condições
climáticas tropicais; e, também, à recente capitalização dos produtores, consequente da expressiva
elevação dos preços internacionais da soja, inclusive após 2006 (ano do último censo agropecuário
disponível, base de dados para os demais trabalhos sobre o tema) o que pode ter levado ao aumento dos
investimentos e fortalecimento dos sistemas agrícolas da região, descreve a autora. Segundo os autores
Pereira, Angelocci e Sentelhas (2007), algumas ações que podem auxiliar na obtenção de resiliência são
a diversificação das variedades plantadas, a utilização do plantio direto, a correção nutricional e controle
de pragas e doenças (culturas com maior vigor tendem a ter maior tolerância às mudanças nas condições
climáticas ideais), e o uso de irrigação.
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