Termômetro da rodoviária de Piracicaba
chegou a marcar 44ºC (Foto: Deovaldo Rodrigues)
O especialista em agrometerologia da Esalq, Paulo Cesar Sentelhas, afirmou ao
G1
que o recorde de
temperatura registrado em janeiro e a ausência de chuvas trouxe um cenário preocupante para 2015 e também
para os próximos anos.
"A medição de janeiro de fato chama atenção. Foi a maior temperatura desde 1917, quando iniciamos a
medição. O cenário preocupa porque quanto mais quente, maior é a demanda de água e os reservatórios estão
ficando secos", disse.
Crise
O especialista ainda afirmou que a falta de chuvas no mês de janeiro agravou ainda mais a situação da crise
hídrica, já que o volume dos mananciais não foram repostos e o consumo aumentou por conta do calor. Para
Sentelhas, a situação de abastecimento na região só voltará a normal em um período de três anos.
"O problema é que a quantidade de chuva na média é a mesma, os reservatórios são os mesmos desde a
década de 1960 e o consumo aumentou exponencialmente nesses últimos 50 anos. Nesse cenários, qualquer
anomalia do clima irá gerar uma crise hídrica, especialmente quando tal condição se estende por mais de 12
meses, como vem ocorrendo desde o final de 2013", afirmou.