USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Esteta
Data: 08/04/2015
Caderno/Link:
Assunto: Floresta nativa em agroecossistema conserva água: Remanescentes florestais
podem ser ferramentas para manejo da qualidade da água em regiões agrícolas
Floresta
nativa
em
agroecossistema
conserva
água:
Remanescentes florestais podem ser ferramentas para manejo da
qualidade da água em regiões agrícolas
Sustentabilidade dos recursos hídricos passa pelo componente florestal
Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, verificou se o
desempenho das funções ecossistêmicas que determinam a qualidade da água é dependente da
presença de florestas. O estudo coordenado pelo professor Silvio Frosini e Barros Ferraz, do
Departamento de Ciências Florestais da Esalq, analisou a bacia hidrográfica do rio Corumbataí, no interior
de São Paulo. Os pesquisadores concluíram que os remanescentes florestais podem ser ferramentas
poderosas para o manejo da qualidade da água de sistemas aquáticos em região de atividades agrícolas
intensivas.
A sustentabilidade dos recursos hídricos passa, necessariamente, pelo componente florestal presente em
cada ecossistema. Sistemas florestais naturais são potencialmente o melhor uso do solo para a proteção
dos recursos hídricos, enquanto que as práticas agrícolas tendem a alterar as características físicas,
químicas e biológicas das águas, comenta Ferraz.
O docente coordenou um projeto que analisou o papel dos remanescentes florestais nas funções
ecossistêmicas de riachos de cabeceira e manutenção da qualidade da água em microbacias agrícolas.
Para que o Brasil consolide o uso de florestas, especialmente ripárias, como ferramenta de manejo ainda
é necessário aprofundar o entendimento sobre as influências específicas de cada uso da terra em riachos,
bem como os efeitos das florestas sobre as funções ecológicas de riachos que determinam a qualidade da
água, complementa Ferraz.
Bacia Hidrográfica
Três estudos foram conduzidos na bacia hidrográfica do rio Corumbataí, no Estado de São Paulo. No
primeiro foi analisada a influência de fragmentos florestais que diferem em tamanho e estágio de sucessão
sobre a qualidade da água de riachos drenando áreas de pastagem e de cana de açúcar. No segundo, foi
investigada a influência direta de matas ciliares sobre as funções ecológicas de riachos, como o
metabolismo aquático, visando entender como as práticas agrícolas em áreas de cana podem ser ou não
atenuadas pela presença de floresta ripária.
Finalmente, foi avaliado se há sobreposição dessas florestas sobre as áreas hidrologicamente sensíveis
(AHS). Procuramos entender se o desempenho das funções ecossistêmicas que determinam a qualidade
da água é dependente da presença de florestas sobre as AHS.
O projeto foi encerrado em 2013 e mostrou que os remanescentes florestais mais densos e antigos, e que
se sobrepõem quase que totalmente dentro das AHS podem ser ferramentas poderosas para o manejo da
qualidade da água de sistemas aquáticos em região de atividades agrícolas intensivas, especialmente, em
áreas de plantações de cana de açúcar. Este tipo de informação é altamente pertinente ao uso sustentável
de recursos hídricos de superficiais no Brasil, dado o cenário de expansão da agricultura intensiva e da
produção de energia renovável, e corroboram a hipótese da recuperação induzida de áreas ripárias como
sendo AHS.
Foto: Carla Cristina Cassiano / Esalq