USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Agência USP de Notícias
Data: 09/04/2015
Caderno/Link:
Assunto: Leveduras toleram estresse da fermentação para etanol
Leveduras toleram estresse da fermentação para etanol
Alessandra Postali, da Assessoria de Comunicação da Esalq
Pesquisa explorou robustez das linhagens industriais de leveduras brasileiras
Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pesquisa da
engenheira agrônoma Thalita Basso desenvolveu linhagens de leveduras (
Saccharomyces cerevisiae
)
robustas que tolerem os fatores estressantes da fermentação, durante o processo de etanol de segunda
geração. A ideia é viabilizar a utilização do bagaço de cana-de-açúcar para produzir etanol de modo mais
econômico e menos agressivo ao meio ambiente.
A pesquisa explorou a robustez das linhagens industriais de leveduras brasileiras, ainda não tolerantes o
suficiente para suportar os estresses da fermentação do hidrolisado de bagaço. “Estas linhagens foram
cruzadas entre si para resultar em linhagens híbridas ainda mais tolerantes aos inibidores”, explica. Esta
etapa do trabalho foi conduzida no laboratório de Bioquímica e Tecnologia de Levedura, do Departamento
de Ciências Biológicas da Esalq. As linhagens selecionadas foram transferidas para a Universidade da
Califórnia, onde foram geneticamente avaliadas e transformadas para a fermentação de xilose, um dos
açúcares presentes no hidrolisado de bagaço.
Segundo a pesquisadora, existe um grande esforço, tanto na academia como na indústria, para tornar
realidade o etanol de segunda geração. “A Esalq sempre foi uma referência para o parque sucroalcooleiro
do Brasil e essa pesquisa é uma modesta contribuição no rol dos importantes avanços tecnológicos já
propiciados pela universidade”, aponta.
Matéria-prima
O trabalho contribui com leveduras apropriadas para uma produção de etanol empregando uma matéria-
prima (bagaço de cana) mais econômica e ambientalmente apropriada. O projeto foi financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Atualmente, a produção de etanol de segunda geração (a partir de resíduos lignocelulósicos) é um grande
desafio tecnológico. Uma das dificuldades é a necessidade de linhagens de leveduras robustas que
tolerem os fatores estressantes da fermentação. Com o objetivo de obter tais linhagens, tolerantes aos
inibidores presentes no hidrolisado de bagaço de cana, Thalita pesquisou o tema no doutorado em
Ciências, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Microbiologia Agrícola da Esalq.
Durante o doutorado, Thalita desfrutou de uma bolsa sanduíche na Universidade da Califórnia (Berkeley),
tendo como supervisor o professor Adam Paul Arkin e, como tutor, Jeffrey Skerker. O professor Gonçalo