Difundir o uso
No Brasil, de acordo com Parra, o controle biológico está sendo mais usado principalmente para
combater pragas que atacam a cultura da cana-de-açúcar.
A vespa
Cotesia flavipes
, por exemplo, produzida por 20 biofábricas no Brasil, é usada em mais
de 3 milhões de hectares para combater a lagarta da broca-da-cana (
Diatraea saccharalis
).
“O momento é adequado para difundir o uso do controle biológico no Brasil, especialmente
depois do surgimento no país, em 2013, da lagarta
Helicoverpa armigera
, que ataca diversas
culturas, como soja, milho e algodão, entre outras, e é muito difícil de ser controlada por meio de
agroquímicos”, disse.
Segundo Parra, hoje há no país 26 empresas comercializando microrganismos e 21 produzindo
macrorganismos para controle biológico. Esse número, porém, é insuficiente para atender a um
eventual aumento abrupto da demanda por controle biológico pelos agricultores no país, indicou.
“Se todo mundo resolver usar controle biológico não há disponibilidade para atender. É preciso
aumentar o número de empresas produtoras”, afirmou.
Potenciais beneficiários
Participaram da abertura do evento o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, Arnaldo Jardim, e o presidente da FAPESP, José Goldemberg.
Jardim destacou que 82% da produção agrícola do Estado de São Paulo advém de pequenos
produtores, que são potenciais beneficiários de tecnologias de controle biológico como alternativa
para redução dos agroquímicos.
“Não demonizamos os agroquímicos por entendermos como necessários para a produtividade.
Mas o uso deles pode ser diminuído, melhor disciplinado e preenchido em parte por soluções
como o controle biológico”, avaliou o secretário.
O presidente da FAPESP, por sua vez, fez uma analogia da necessidade de apoiar a pesquisa
em controle biológico no Brasil para enfrentar desafios futuros no campo com a recente
emergência do combate ao vírus Zika no país.
“O apoio concedido pela FAPESP a projetos vinculados à Rede de Diversidade Genética de Vírus
(VGDN) entre os anos de 2000 e 2007, por exemplo, permitiu a rápida criação hoje da Rede Zika
para enfrentar os desafios apresentados pelo aumento do número de casos de transmissão do
vírus no país”, disse Goldemberg.