CASA DO PRODUTOR RURAL
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA
“LUIZ DE QUEIROZ” – ESALQ/USP
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USP - ESALQ
•
Formação de braço único
:
o broto é conduzido sobre o arame primário da
estrutura latada (estrutura em que a videira é conduzida em arames paralelos ao solo,
tipo caramanchão) ou do primeiro arame da espaldeira (estrutura em que os fios de
arame se encontram perpendicular ao solo) no mesmo sentido dos ventos dominantes. O
desponte no ápice do broto será realizado apenas quando este atingir a planta seguinte.
•
Formação de dois braços: o broto principal é conduzido mediante sucessivas
amarrações junto ao tutor e quando este alcançar a estrutura da latada, ou do primeiro fio
da espaldeira, será despontado cerca de 10 cm abaixo deste arame do sistema de
condução, eliminando-se a dominância apical e forçando a brotação das gemas mais
próximas. Os brotos que surgirão, das duas últimas gemas mais próximas ao arame
serão conduzidas uma para cada lado, no sentido da linha de plantio. Quando estes
brotos atingirem a metade do espaçamento entre plantas, deve sofrer um desponte para
forçar a brotação das gemas laterais e a formação dos braços secundários. Após a
condução do broto principal até o espaçamento devido, devem ser mantidos os brotos
laterais em intervalos de aproximadamente 20-30 cm, conduzidos simetricamente um
para cada lado do braço primário, isto é, perpendicular a linha de plantio. Quando a
planta apresentar o braço primário e os ramos secundários maduros ou lenhosos pode-se
realizar a poda de formação, cortando os ramos secundários com duas a três gemas,
formando esporões, que devem estar distribuídos uniformemente ao longo de toda a
extensão do braço primário.
- Poda de Produção ou Frutificação: em condições tropicais, pode-se realizar a poda em
qualquer época do ano após a colheita dos frutos da safra anterior, quando a maior parte
dos ramos da planta já se encontram maduros. Entretanto, é muito importante que exista
um intervalo de tempo entre a colheita de um ciclo e a poda do ciclo seguinte. Este
período é denominado de “repouso”, variando geralmente entre 30 a 60 dias.
A poda de produção consistirá na eliminação do excesso de ramos, retirando aqueles
que se mostram fracos, imaturos, doentes, com entrenós curtos ou achatados ou ainda
mal posicionados
.
Seleciona-se, de cada esporão deixado na poda de formação, o ramo
situado mais próximo à base do braço primário, que será podado curto como esporão e o
ramo imediatamente seguinte a este, que será podado longo como vara de produção. Em
cada saída lateral da planta se tem uma unidade de produção composta pelo esporão e
vara. Esta poda é denominada poda mista, pois nela são mantidos ramos curtos
(esporões) e longos (varas).
Os esporões têm a finalidade de produzir brotos vigorosos para serem podados como
vara de produção no ciclo seguinte, substituindo, portanto os ramos e permitindo a
renovação da parte aérea das plantas.
A poda mista com varas e esporões permite a produção de frutos em todos os ciclos,
obtendo-se em condições tropicais duas safras por ano. Alterna-se uma poda curta com
esporões visando a formação de varas e netos para o ciclo seguinte, e uma poda longa
com varas e netos para a máxima produção de cachos. Nas videiras espaçadas de 2,5 m
x 1,5 m, conduzidas em latada e com poda mista, pode-se deixar, em cada braço, três
varas com 6 a 7 gemas cada uma e até 6 esporões com duas gemas cada um. Isso
resulta de 60 a 66 gemas/planta. As varas devem estar distanciadas entre si cerca de 50
cm. Portanto, nos 75 cm de cada braço permanecem duas varas num sentido e uma no
sentido oposto. Os esporões devem ficar bem distribuídos ao longo de cada
braço.