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USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Eco e Ação
Data: 29/01/2015
Caderno/Link:
-
razao-da.html
Assunto: Falta de chuvas não é única razão da crise do Sistema Cantareira
Falta de chuvas não é única razão da crise do Sistema Cantareira
Atual situação é um problema de governança, acentuado por questões climáticas e pela realidade
socioambiental
Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou, entre
2013 e 2014, a governança e o diálogo de saberes que envolvem o Sistema Cantareira, que capta e trata
a água para o abastecimento de cerca de 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo. O estudo de
Micheli Kowalczuk Machado, que é mestre e doutora em Ecologia Aplicada, permitiu constatar que a atual
situação do Sistema é um problema de governança, acentuado pelas questões climáticas e por sua
realidade socioambiental. Falta de articulação e diálogo também contribuíram com o colapso do Sistema.
Atualmente, a outorga do Sistema Cantareira é da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), concedida em agosto de 2004 com o prazo de dez anos. Apesar de vencer em agosto de
2014, sua vigência foi prorrogada até 31 de outubro de 2015 (Resolução Conjunta ANA-DAEE no. 910, de
07 de junho de 2014). “É claro que a Sabesp tem enorme responsabilidade sobre esse Sistema, mas
temos de considerar também a responsabilidade do governo, dos Conselhos Gestores das Unidades de
Conservação, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e da sociedade civil em geral. São todos atores que
interferem diretamente na realidade do Sistema”, relata Micheli.
O Cantareira é um dos maiores sistemas de água do País e sua realidade socioambiental está envolvida
com temas como gestão da água, conflitos de uso, conservação ambiental e disponibilidade hídrica.
“Várias organizações e instituições que atuam no Cantareira, apesar de terem objetivos comuns, não
interagem entre si”, conta.
Para além da falta de chuva
Segundo Micheli, as ações desenvolvidas geralmente estão relacionadas com obras de infraestrutura e
saneamento, “isso quando elas acontecem”. Fatores como a vontade política; a demanda crescente pelo
uso da água; a degradação ambiental dos mananciais; a expansão urbana desordenada; o desperdício no
próprio Sistema e a falta de um real envolvimento e conhecimento da população acerca da realidade
existente na área demonstram que não se trata somente de um problema de falta de chuvas.
Por essa razão, a pesquisadora decidiu avaliar como são e como devem ser a governança e o diálogo de
saberes que envolvem o Sistema. A especialista em educação ambiental adotou como metodologia uma
pesquisa qualitativa realizada em três fases: exploratória, trabalho no campo e análise dos resultados.
Micheli se envolveu na pesquisa bibliográfica e na aplicação de questionários com perguntas abertas para
os representantes de todos os 79 organismos consultivos e gestores presentes no Sistema Cantareira.
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