Clipping semanal - - page 16

pesquisa qualitativa realizada em três fases: exploratória, trabalho no campo e análise dos resultados.
Micheli se envolveu na pesquisa bibliográfica e na aplicação de questionários com perguntas abertas para
os representantes de todos os 79 organismos consultivos e gestores presentes no Sistema Cantareira.
Depois, foram realizadas 18 entrevistas com representantes do Conselho da Área de Proteção Ambiental
(APA) Fernão Dias, em Minas Gerais; Conselho Gestor Unificado das APAs Piracicaba/Juqueri-Mirim Área
II, do Sistema Cantareira e da Represa Bairro da Usina, em São Paulo; e Comitê Federal das Bacias dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Por fim, foi realizada a análise dos resultados, com apresentação de
um mapa que demonstra a sobreposição das Unidades de Conservação e dos Comitês de Bacias
Hidrográficas do Sistema Cantareira e a apresentação e sistematização dos dados obtidos nas fases
anteriores.
Falta de interação
A pesquisa mostra que atualmente não existe nenhum tipo de mecanismo de interação entre as ações das
Unidades de Conservação e dos Comitês de Bacias Hidrográficas. “Ações articuladas entre essas
organizações são essenciais e cada vez mais necessárias para procurar soluções”, afirma. Segundo
Micheli, a população deve estar realmente envolvida nas discussões, por isso há também a necessidade
de elaborar estratégias que ampliem a participação e a mobilização social e que trabalhem o diálogo de
saberes.
O estudo revela, ainda, que existe potencial para que a governança e o diálogo aconteçam, tendo em vista
a existência de fóruns de debate e de instrumentos que buscam garantir a participação de diversos atores
sociais nas discussões de temáticas relacionadas ao Sistema.
De acordo com a pesquisadora, “se não forem realizadas mudanças na forma como os recursos hídricos
são geridos, teremos apenas medidas paliativas que terão resultados por um curto período de tempo,
além de novos episódios de escassez, talvez ainda piores e que afetarão a economia, a qualidade de vida
e o meio ambiente”.
A preservação e a conservação das áreas de mananciais estão entre as ações que costumam ser
realizadas na busca por melhorias. “Nascentes preservadas garantem quantidade e qualidade d’água e
sua conservação é fundamental para a manutenção dos recursos hídricos”, declara Micheli. Entretanto,
ressalta a pesquisadora, se não houver tratamento de esgoto nos municípios, esses recursos estarão
expostos à contaminação, o que prejudicaria o abastecimento. E ainda seria necessário elaborar
programas de conscientização para os usuários (população, indústrias e produtores rurais) que
estimulassem a conservação e o uso consciente.
O trabalho foi orientado pela professora Maria Elisa de Paula Eduardo Garavello, do Departamento de
Economia, Administração e Sociologia da Esalq e realizada no Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Aplicada interunidades (Esalq/CENA).
Fonte: Agência Fapesp
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