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USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Esteta
Data: 13/02/2015
Caderno/Link:
Assunto: Glicerina na dieta afeta bem-estar de frangos de corte: Apesar do teor de energia
muito próximo ao do milho, glicerina pode ser prejudicial para os animais
Glicerina na dieta afeta bem-estar de frangos de corte: Apesar do
teor de energia muito próximo ao do milho, glicerina pode ser
prejudicial para os animais
Uso de glicerina em dietas para frangos de corte deve ser de no máximo 5%
Em pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba,
a engenheira agrônoma Glaucia Samira Napty Komatsu observou os efeitos da utilização de glicerina na
alimentação de frangos de corte, como alterações no consumo e excreção de água e na composição
corporal das aves. A glicerina é um dos subprodutos do biodiesel, produzido em grande quantidade no
Brasil. Embora o ingrediente possa ser utilizado na alimentação animal por ser altamente energético, com
teor de energia muito próximo ao do milho, a inclusão na dieta é limitada, pois pode ser prejudicial para o
animal.
A glicerina representa cerca de 10% da geração do biodiesel, afirma Glaucia. Adicionar esse ingrediente
pode melhorar o desempenho do animal, mas em níveis elevados (acima de 7,5%), pode aumentar a
umidade da cama de aviário, prejudicando o bem-estar da ave. Segundo a engenheira agrônoma, a
utilização da glicerina na alimentação animal deve estar dentro dos padrões recomendados pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), contendo no máximo 13% de umidade, 150 partes por
milhão (ppm)
de metanol e no mínimo 80% de glicerol. Além disso, a quantidade de sódio deve estar sempre informada,
pois pode interferir nos níveis de consumo e excreção de água.
Glaucia realizou dois experimentos em que foram avaliados o consumo de água e de ração e a umidade
das excretas e órgãos das aves. Em um primeiro experimento, ela utilizou dois tipos de glicerina na ração:
loira e purificada. A primeira contém 86,15% de glicerol, 11,12% de umidade, 2,64% de sódio e 1.811 ppm
de metanol. Já a purificada possui um nível maior de glicerol (98,46%), menos umidade (0,36%) e menos
sódio (0,4%), além de não conter metanol. Todas as dietas experimentais foram corrigidas para conter o
mesmo teor de sódio.
Consumo e excreção de água
Escolhi as duas glicerinas para o primeiro experimento, pois acreditava que as aves consumiam mais
água por causa de contaminantes como o sódio e o metanol da glicerina loira, que é a utilizada para
alimentação animal, mas pude observar que isso não ocorreu, pois a glicerina purificada também
apresentou valores elevados de consumo e excreção de água, explicou Glaucia. A pesquisa faz parte de
tese de mestrado, realizada no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciência Animal e Pastagens, com
orientação foi do professor José Fernando Machado Menten.
As excretas apresentaram elevado teor de umidade, enquanto que o conteúdo ileal (que é avaliado ao
final do intestino delgado das aves) não apresentou diferenças, sendo o aumento da umidade das
excretas dado pelo aumento do volume de água na urina das aves. Esse alto consumo e excreção de
água foi causado, segundo a pesquisadora, devido ao glicerol. No segundo experimento, a engenheira
agrônoma utilizou somente a glicerina loira em níveis crescentes e analisou se haveria diferença na
matéria seca dos tecidos, o que não aconteceu, exceto pelo fígado, que apresentou menor teor de matéria
seca nas aves que consumiram dietas com 10% de glicerina.
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