Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 79

Manejos aplicados à maternidade
Capítulo 7
77
Em ambos os casos, deve-se iniciar
com procedimentos não invasivos que po-
dem auxiliar a fêmea.
O primeiro procedimento deve ser massa-
gear o abdômen no sentido crânio-caudal (das
costelas para o posterior da fêmea), de forma
vigorosa, porém sem machucar a fêmea (figura
16). É importante tomar cuidado com massa-
gem feitas com os pés, onde o operador coloca-
-se em pé sobre o abdômen da fêmea. A mas-
sagem abdominal e do aparelho mamário pode
ser realizada mesmo durante um parto normal,
já que estimula a liberação de ocitocina e as
contrações uterinas.
O segundo procedimento não invasivo é
levantar a fêmea calmamente e mudá-la de posição. O útero da matriz suína é relativamente
grande e, muitas vezes, durante o parto, pode ocorrer algum problema de posicionamento dos fe-
tos, o que prejudica o trânsito dos mesmos. A simples mudança de posição da matriz, em muitos
casos se mostra suficiente para reposicionar os leitões.
Quando esses procedimentos não são suficientes, deve-se avaliar o tipo de problema (se há
ou não contrações) e tomar a decisão entre os procedimentos de toque ou a aplicação de carbe-
tocina ou ocitocina.
Quando o problema é a falta das contrações, o procedimento recomendado em geral é a
aplicação de carbetocina ou ocitocina, respeitando-se a dose recomendada pelo fabricante. A
utilização de carbetocina ou ocitocina deve ser cuidadosa e realizada somente quando existir a
certeza de que não há nenhum leitão preso no canal cervical, pois issopode resultar em prolapso
e até rompimento do útero caso o canal do parto esteja obstruído.
No caso das contrações vigorosas e inquietação da fêmea, deve-se proceder com o toque,
seguindo as regras de higiene e cuidados na realização.
Regras para a realização do toque (figuras 17 a 19):
1) higiene do posterior da fêmea (lavar com água e sabão);
2) higiene do braço e da mão do operador, com especial atenção para o comprimento das
unhas;
3) utilizar luva descartável de palpação e lubrificante;
4) inserir a mão com os dedos unidos e, se necessário, o braço;
5) certificar-se se há algum leitão obstruindo a cérvix;
6) palpar e manipular o leitão para reposicioná-lo e tracioná-lo;
7) aplicação de um antimicrobiano assim que o procedimento for concluído ou assim que
terminar o parto, repetindo a dose nos dias subsequentes, conforme recomendação do vete-
rinário.
Em resumo, a intervenção só é recomendável quando o parto não transcorre normalmente,
ou seja, quando o intervalo entre leitões aumenta ou as contrações param.
Figura 16: Massagem abdominal com os pés, sobre
o abdômen da fêmea: tirar as botas e não colocar
todo o peso sobre a fêmea.
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