Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 89

Manejos aplicados à maternidade
Capítulo 7
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guíneos). Cortes horizontais não são recomen-
dados, pois facilitam o acúmulo de sujidades
e infecção do local. Não é recomendado o uso
de sprays repelentes, pois promovem irritação
e ardência. Produtos cicatrizantes de aplicação
local podem ser utilizados.
A sequência da castração está ilustrada
nas figuras 44 a 46.
7.4.6. Uniformização das leitegadas pós-parto
Após garantir ingestão uniforme de colos-
tro para todos os leitões, realiza-se a uniformiza-
ção de leitões entre as porcas da mesma sala
de maternidade, com o mesmo dia de parto.
Recomenda-se realizar a uniformização nos leitões por peso, após a ingestão do colostro,
até 24 horas pós-parto, retirando o excesso de leitões em relação ao número de tetos disponí-
veis em cada porca. Deve-se manter em uma mesma porca leitões de tamanhos não muito di-
ferentes, ou seja, agrupar os médios junto aos pequenos e os grandes junto aos médios, nunca
os pequenos com os grandes.
Quanto melhor o manejo de uniformização no primeiro dia, menor a necessidade de pos-
terior movimentação entre leitegadas. Entretanto, com o passar dos dias, é comum ocorrer
atraso no desenvolvimento de determinados leitões em decorrência de secagem de tetos. Nes-
se caso, deve-se retirar todos os leitões de mesma sala ou lote que estejam nessa condição e
colocá-los em uma mãe de leite, alojada na sala dos animais transferidos. A diferença de idade
dos leitões e dias de lactação da fêmea que os adotar não deve ser superior a sete dias, para
que a produção leiteira seja compatível com a demanda dos leitões.
Nas leitegadas com baixo peso, pode-se optar pelo não desgaste dos dentes e até a
colocação de escamoteadores móveis e aquecidos, onde os leitões de baixo peso e fracos
sejam alimentados até adquirirem energia para mamar por conta própria, o que representa
uma alternativa para manter esses leitões confortáveis e alimentados. Em algumas granjas,
esse procedimento é conhecido como “manejo do caixote” (figura 47). A permanência nesse
local deve ser de, no máximo, um dia – tempo suficiente para fornecer energia para o leitão
se alimentar sozinho nos tetos. Deve-se tomar
cuidado para não colocar no caixote leitões re-
fugos, mais velhos, ou com diarréia
As fontes de energia suplementar po-
dem ser a aplicação de polivitamínicos inje-
táveis, óleos vegetais (óleo de coco) ou pasta
energética via oral e o fornecimento de leite
proveniente de um banco de leite. A coleta e
o armazenamento de leite ou mesmo colostro
devem ser realizados obedecendo-se a pa-
drões de extrema higiene, sob pena de tornar-
-se uma fonte de disseminação de problemas
entéricos. O leite pode ser coletado diaria-
mente ou mesmo congelado para uso em mo-
Figura 43: Cortes transversais não são
recomendados – risco de inflamação.
Figura 44: Caixote para leitões de baixo peso, com
cama e fonte de calor.
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