AGROdestaque entrevista Isabela Kojin Peres (F-2011)

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Isabela Kojin conta sobre seu trabalho como educadora e consultora ambiental (Créditos: Divulgação)
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Atuação profissional

Formada em 2011 em Gestão Ambiental, trabalhei durante a graduação nas áreas de educação ambiental e educomunicação, principalmente por meio de projetos de extensão da Universidade. Fiz parte da equipe de produção do documentário “Nas Águas do Piracicaba” ligado ao Projeto Temático do Programa Biota da Fapesp - “Mudanças Socioambientais no Estado de São Paulo e Perspectivas para a Conservação". Em 2015, finalizei o mestrado realizado no Programa Interunidades em Ecologia Aplicada (PPGI-EA/ESALQ/CENA), na linha de Ambiente e Sociedade, no qual estudei o processo de alteração do Código Florestal Brasileiro. Além de participar de diversas palestras e mesas redondas sobre o tema, pude me aprofundar nas áreas de políticas públicas e conflitos ambientais. Atualmente, trabalho como educadora e consultora ambiental, além de fazer parte da Secretaria Executiva do FunBEA – Fundo Brasileiro de Educação Ambiental.

A que área ou setor se dedica atualmente? Descreva as atribuições pertinentes ao cargo que ocupa. Qual a importância delas para o mercado?

Tenho atuado a partir de três linhas: a primeira como educadora ambiental em cursos de formação e projetos na área. A segunda como consultora ambiental, principalmente na realização de pesquisas que envolvem a implementação de programas e políticas públicas. A terceira (e principal) linha é como gestora, faço parte da Secretaria Executiva do FunBEA onde realizo trabalhos nas áreas de comunicação (interna e externa), mobilização e captação de recursos,  articulação com parceiros e elaboração de projetos e relatórios, além de integrar a equipe do ObservaEA – Observatório Brasileiro de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas de Educação Ambiental, um dos pilares do fundo.

Quais os principais desafios desse setor?

O grande desafio é a elaboração de projetos de qualidade e com orçamentos bastante restritos, por isso acredito que maior dificuldade seja o aporte de recursos para a área ambiental, em especial para a educação ambiental e a conservação da biodiversidade, que ainda é vista meramente como externalidade. Os poucos editais que existem são bastante burocráticos e, muitas vezes, ineficazes. É necessário construir outras formas de apoios e financiamentos que permitam que os projetos, programas e políticas sejam contínuos nos territórios e tenham capilaridade. Outro desafio é a formação e o fortalecimento de políticas públicas estruturantes e Inter setoriais. De maneira geral, as políticas públicas, principalmente as ambientais, são bastante setorizadas e não integradas. Nesse contexto, há também uma crescente demanda no país para se pensar a educação ambiental não apenas como ação ou projeto, mas como política pública, e as possibilidades de traduzir as teorias na prática.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

É preciso saber trabalhar em equipe, elaborar programas, projetos, relatórios e documentos técnicos, estabelecer processos de facilitação e de comunicação (interna e externa) e construir parcerias com diferentes atores e setores, além de saber integrar as diferentes dimensões (econômica, social, ambiental, ecológica, política etc.) nas ações desenvolvidas. Também é fundamental saber realizar mapeamentos e diagnósticos da realidade a ser trabalhada, buscando envolver os públicos-alvo desde o início do processo.

Entrevista concedida a Ana Carolina Brunelli, estagiária de Jornalismo

11/12/2015

Palavra chave: 
Isabela Kojin Peres AGROdestaque FunBEA