ESALQ celebra Dia Internacional da Mulher

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Palestra abordou a luta feminina (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/DvComun)

O Dia Internacional da Mulher foi celebrado, na ESALQ, com a apresentação das mulheres do Coral “Luiz de Queiroz”, regido por Cíntia Pinotti. Na sequência, os ingressantes acompanharam uma palestra sobre o dia da mulher, proferida pela advogada popular e feminista, Danielle Godoi; a advogada popular, promotora legal popular e diretora do MST regional de Campinas do Setor de Direitos Humanos, Marcela Bragaia; e Mariana Janeiro, mestre e doutoranda em Filosofia Política e promotora legal popular. Além de abordar a importância da data, as palestrantes debateram sobre o dia de luta internacional das mulheres. Ainda pela manhã, na Central de Aulas, foi realizada a abertura da Exposição: Dia Internacional da Mulher com Arte. Essas atividades integram a programação da Semana de Recepção aos Ingressantes de 2017.

Danielle Godoi destacou a relevância de abordar a temática do feminismo, a luta das mulheres e o feminismo negro na Universidade. “Viemos colocar essa dúvida aos ingressantes, para eles se perguntarem até o fim do curso, ‘quem são?’, ‘onde estão?’; e ‘para onde vão?’, observando o caráter histórico dessa data e a importância da luta das mulheres como um todo na sociedade”, disse. A advogada também abordou o machismo na sociedade. “O machismo tem uma relação estrutural com a sociedade e combatê-lo desde cedo é fundamental para que a gente avance”, finalizou Danielle.

Em sua fala, Mariana Janeiro disse que, além de importante, falar sobre esse tema é fundamental. “É uma questão de estrutura social. Vivemos em uma sociedade com valores machistas porque somos uma sociedade patriarcal, então por isso temos esses valores impregnados, naturalizados e romantizados entre a gente. A discussão sobre isso é extremamente importante, porque ela engloba a discussão de gênero. Vetar esse tipo de discussão é de uma ignorância e de uma desonestidade intelectual enorme”, disse Mariana.

Mariana ainda destacou que o feminicídio de mulheres negras tem crescido no decorrer do tempo. “Os números comprovam que, na medida em que o feminicídio a mulheres brancas diminuiu, consideravelmente, o assassinato a mulheres negras está crescendo em progressão geométrica, e isso só prova que nós, feministas negras e intelectuais negras, temos razão no que dizemos, que o problema da violência, além de ser um problema de gênero, é um problema racial”, finalizou.

Luís Eduardo Aranha Camargo, Presidente da Comissão e Graduação da ESALQ, além de exaltar a Semana de Recepção, exaltou a importância do Dia Internacional da Mulher. “Essa foi uma semana muito feliz, porque calhou em abranger a semana do Dia Internacional das Mulheres. Aproveitamos o momento, seguindo uma diretriz da USP, para que incluísse na Semana de Recepção, uma alusão para o dia”, disse.

O professor Aranha aproveitou para falar das atividades do dia de hoje. “Começamos o dia com a apresentação das mulheres do Coral “Luiz de Queiroz”, tivemos uma palestra sobre direitos da mulher e da mulher negra, sempre batendo no ponto racial de respeito às diferenças étnicas, e teremos uma visita pelos Grupos de Extensão. O dia também acompanha uma Exposição organizada no Museu Luiz de Queiroz”, finalizou Aranha.

Confira o histórico sobre o Dia Internacional da Mulher elaborado pelo Serviço de Cultura e Extensão Universitária da ESALQ.

Texto: Caio Nogueira | revisão: Caio Albuquerque (08/03/2017)

Mulheres do Coral Luiz de Queiroz (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/DvComun)