Filhote de Seriema é monitorado pela comunidade do campus da Esalq

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Família de Seriema (Créditos: Jéssica de Campos)
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A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) é privilegiada por ser moradia de várias espécies de animais. Nesse mês de setembro, ela foi contemplada com novos moradores: dois filhotes de Seriema.

No dia 5 de setembro, por acaso, um dos filhotes passou sozinho em frente ao Laboratório de Ecologia, Manejo e Conservação da Fauna Silvestre (LEMaC), do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da Esalq. Os ornitólogos do laboratório, oportunamente, capturaram o filhote para fazer a marcação com uma anilha padrão metálica CEMAVE/IBAMA e uma anilha branca em suas pernas.

“Fizemos essa marcação, pois temos um projeto chamado ‘Eu vi uma ave usando pulseira?!’ sendo executado no laboratório. Esse projeto tem como objetivo testar o envolvimento do público geral no monitoramento de aves em ambientes urbanos e rurais da região” disse Eduardo Roberto Alexandrino, coordenador do projeto.

Segundo o pesquisador, a ideia é marcar as aves com uma anilha colorida, pois elas permitem que qualquer pessoa identifique de longe a ave marcada sem precisar capturá-la novamente, assim como fizeram com o filhote de seriema, que é uma ave que a população tem certo carisma, de acordo com o ornitólogo.

“Embora o projeto tenha sido idealizado para aves florestais, quando vimos a seriema não pensamos duas vezes e resolvemos testar se funcionaria na Esalq”, contou Alexandrino.

O objetivo principal da pesquisa é ver se o filhote vai crescer de forma segura em meio aos perigos do campus como gatos, cachorros e carros. Uma das preocupações dos pesquisadores é a “tranquilidade” dos filhotes, pois eles estão crescendo em um ambiente em que estão se acostumando com a presença de pessoas.

Assim que marcado, os pesquisadores soltaram o filhote no mesmo lugar que o capturaram e, no dia seguinte, espalharam nas redes sociais mensagens incentivando as pessoas a monitorar o filhote no campus. As mensagens obtiveram reações do público que contaram em seus comentários os locais em que viram o filhote junto com sua família.

“Foi uma baita surpresa ver o engajamento da comunidade esalqueana! Conseguimos juntar dados muito ricos com um baixo custo e em um curto período de tempo, algo muito difícil de realizar via métodos tradicionais da ornitologia”, relatou o pesquisador.

Foram mais de cinquenta alunos, funcionários e pessoas que passaram pelo campus durante o mês. Os relatos foram em pontos diversificados do campus como a Casa de Hóspedes, o gramado em frente do Edifício Central, no Departamento de Entomologia e Acarologia, entre outros.

De acordo com Alexandrino, a seriema é comum nas áreas rurais da cidade. “Não sabemos se essa família que está no campus é a mesma que vivia nas áreas rurais da cidade ou se é uma nova família”, relatou o pesquisador.

Para ajudar na pesquisa, mande fotos da seriema com o local do campus em que foi encontrada e horário pelo e-mail avesusandopulseiras@gmail.com ou baixe o aplicativo grátis em seu celular “Eu vi uma ave usando pulseira?!”.          

Para saber mais sobre o projeto, acesse: http://www.sibbr.gov.br/cienciacidada/#/portfolio/projetos/euviumaaveusandopulseira/ ou https://scistarter.com/project/18304-Did-I-see-a-banded-bird , na versão em inglês.

 

Texto: Júlia Heloisa Silva | Estagiária de Jornalismo

Revisão: Alicia Nascimento Aguiar

27/11/2018

 

 

 

Pesquisador Eduardo Alexandrino com o filhote usando as anilhas (Créditos: Pesquisadores)
Filhote de seriema com a anilha padrão metálica. A anilha branca caiu (Créditos: Museu Luiz de Queiroz)
Palavra chave: 
aves pássaros seriema pesquisa