Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de agosto

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O mês de agosto foi marcado pela estiagem na maior parte das regiões agrícolas do país. No Sudeste e Centro-Oeste predominaram volumes inferiores a 30 mm, com exceção de pontos isolados em São Paulo, com volumes entre 30 e 90 mm. Na Região Sul, foram registrados volumes no intervalo de 30 e 120 mm. Na maior parte do Nordeste, o acumulado de chuva foi inferior a 30 mm, chegando à marca de 60 mm em algumas regiões. Por outro lado, no Norte foram registrados os maiores volumes de chuva, com valores entre de 30 e 180 mm.

O volume de chuvas não foi suficiente para atender às taxas de evapotranspiração na maior parte do Brasil, resultando em restrição hídrica e níveis críticos de umidade do solo, sobretudo nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; na maior parte dessas regiões, o armazenamento hídrico ficou abaixo de 15%. Na Região Sul, o armazenamento hídrico ficou entre 15% e 45%, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde os valores chegaram a 60%. Já na Região Norte, a umidade do solo chegou aos 90% em alguns pontos, mas em algumas localidades o armazenamento permaneceu baixo, na faixa dos 15%.

Na Região Sul e partes de Minas Gerais, as temperaturas máximas foram inferiores a 25°C. Por outro lado, no restante do Sudeste, as máximas foram entre 25 e 31°C. Nas Regiões Norte e Nordeste as temperaturas máximas variaram entre 25 e 33°C, superando 33°C em pontos isolados. Na região Centro-Oeste as temperaturas máximas também atingiram valores superiores a 33°C em algumas áreas, com predominância de máximas no intervalo de 29 a 33°C. Quanto à temperatura mínima, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, foram registrados valores de 13 a 22°C. No Sudeste, as temperaturas mínimas foram no intervalo entre 10 e 22°C. Já na Região Sul predominaram os menores valores de temperatura mínima, com registros inferiores a 13°C.

TEMPO E AGRICULTURA BRASILEIRA

Os efeitos climáticos da estiagem ocorrida até então e as baixas temperaturas registradas nos meses de junho e julho, afetaram o ciclo produtivo das lavouras de cana-de-açúcar. Essas condições estão sendo consideradas as principais causas da redução do desenvolvimento dos canaviais, que incluem ainda episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. O noroeste paulista, que possui importante área de cana-de-açúcar, passa pela maior estiagem em três décadas, comprometendo a produtividade dos canaviais da região. Por outro lado, as regiões produtoras do Nordeste do país devem contar com aumento da produtividade dos canaviais, apesar da redução da área colhida.

O plantio de milho na safra de verão 2021/22 já começou no Rio Grande do Sul, entretanto avança de maneira distinta dentre as regiões por causa da irregularidade climática. Em partes do Noroeste do Estado, em virtude da possibilidade de ainda ocorrer baixas temperaturas, associadas à restrita umidade do solo, os produtores postergaram a semeadura para evitar riscos impacto no desenvolvimento das plantas. Já no Sul do estado, a semeadura vem ocorrendo somente em áreas irrigadas. As demais áreas aguardam a ocorrência de precipitações para efetuar a operação. Com isso, a semeadura da cultura ocorre em ritmo mais lento do que no ano passado.

A estiagem ocorrida no Mato Grosso tem sido benéfica para a safra de milho safrinha, uma vez que as lavouras estão em fase de colheita e o tempo contribuiu para o avanço das operações em todo o estado. Por outro lado, em decorrência do reduzido volume de chuvas nas principais regiões produtoras do estado, desenvolvimento fenológico e a granação do milho foi afetado, levando grande parte das lavouras a níveis de perda de produtividade classificados entre médio e elevado.

No Paraná, devido ao efeito das geadas e a falta de chuvas em fases importantes do milho safrinha, perdas de produtividade das lavouras estão sendo confirmadas, com a entrada na fase final das operações de colheita da cultura. As adversidades climáticas, além de influenciar no rendimento das lavouras, também impactaram na qualidade dos grãos que estão sendo colhidos, o que pode desvalorizar o produto e inviabilizar a comercialização. Além disso, o atraso da colheita do milho, aliado à estiagem, dificultou o avanço dos preparativos no campo para a safra de soja 2021/22. Em virtude disso, houve morosidade nas operações de manejo, como aplicação de gesso e calcário, adubação e dessecação.

As geadas ocorridas recentemente no Brasil provocaram perdas nas áreas de café em Minas Gerais, prejudicando a atividade dos produtores. Consequentemente, parte dos cafeicultores optaram por plantar novas mudas de café, em substituição das lavouras atingidas pelas geadas, ou trocar a produção do café por outras culturas, como a soja e o milho.

Devido ao baixo volume de precipitação e o aumento das temperaturas nas regiões produtoras de citros em São Paulo, houve queda na qualidade das laranjas e redução de sua oferta. Por outro lado, o tempo quente e seco favoreceu a demanda da fruta, fazendo com que sua cotação permaneça em alta no mercado.

Com informações do Sistema TEMPOCAMPO (31/08/2021)

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