Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de janeiro

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Em Roraima, a chuva acumulada apresentou grande variabilidade espacial, ficando entre 60 e 120 mm na maior parte do Estado. No Amazonas e Pará, a maior parte da chuva acumulada ficou entre 120 mm e acima de 240 mm. No Tocantins, os valores ficaram entre 120 e 180 mm. O estado de Rondônia acumulou acima de 240 mm quase em sua totalidade e a chuva acumulada no Acre ficou entre 180 mm e acima de 240 mm. Os estados do Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe tiveram os menores volumes de chuva do país durante o mês de janeiro, registrando valores acumulados entre 30 e 60 mm. O estado de Pernambuco também recebeu volumes relativamente baixos, acumulando entre 30 e 90 mm. No Ceará e na Paraíba, o total acumulado ficou entre 60 e 90 mm; Maranhão e Bahia tiveram entre 90 e 150 mm. Na Região Centro-Oeste, as chuvas acumuladas ficaram entre 120 e 210 mm, com uma pequena área ao leste do Mato Grosso do Sul onde acumulou-se entre 210 e 240 mm de água. Nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, a maior parte da área teve chuva acumulada entre 210 mm e acima de 240 mm. Em São Paulo, os valores ficaram entre 180 mm e acima de 240 mm. Por fim, na Região Sul do país, a chuva variou entre 210 e 240 mm.

Valores de armazenamento de água no solo inferiores a 15% foram registrados em Sergipe, no Alagoas e em grandes extensões de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. No Ceará e na Paraíba, o armazenamento registrado foi de 15 a 30% e, ainda na Região Nordeste, Bahia e Piauí registraram armazenamento variando de 15 a 45%, bem como Roraima, na Região Norte. No Maranhão, Mato Grosso do Sul, em toda a Região Sudeste, com exceção de Minas Gerais, e na Região Sul, os valores ficaram entre 45 e 60%. No Tocantins e em Goiás, predominou o intervalo entre 45 e 75% de umidade. No Amapá, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais prevaleceu armazenamento entre 60 e 75%. No Amazonas, houve maior variação nos valores armazenados, em um intervalo desde 45 a 90%. Já no Acre e em Rondônia, prevaleceram valores de 75 a 90%.

As maiores temperaturas do país, superiores a 33°C, tiveram ocorrência pontual na Região Nordeste, em algumas áreas dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. No restante da Região Nordeste, em Roraima, Amazonas, Acre, em grandes extensões de Rondônia e no Mato Grosso do Sul, as máximas ficaram entre 31 e 33°C. No Amapá, Pará e Tocantins na Região Norte, Mato Grosso e Goiás no Centro-Oeste, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo na Região Sudeste prevaleceram máximas entre 29 e 31°C. Em Minas Gerais e no Paraná as máximas variaram de 27 a 31°C, já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, ficaram entre 27 e 29°C.

Quanto às temperaturas mínimas, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, a maior parte do Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe registraram as maiores mínimas, entre 23 e 25°C. No Ceará, Paraíba e Pernambuco, as temperaturas ficaram entre 21 e 25°C. Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Espírito Santo e São Paulo registraram mínimas entre 21 e 23°C. Já em Goiás, São Paulo e no Paraná, os valores ficaram no intervalo de 17 a 23°C. Em Minas Gerais, mínimas registradas ficaram entre 17 e 19°C e, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, prevaleceram mínimas de 19 a 21°C.

A semeadura da safra 2023/24 de soja está praticamente finalizada, com 99,4% da área nacional projetada semeada, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apenas nos estados do Maranhão, Piauí, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a semeadura não foi concluída até então. Além disso, as operações de colheita avançam pelo território brasileiro, já perfazendo 8,6% da área, 3,4 p.p. superior ao observado no mesmo período na safra passada. À medida que a colheita avança, as perspectivas de produtividade são revisadas para baixo, assinalando o cenário de quebra da safra devido aos desafios com o clima adverso. O Sistema TEMPOCAMPO estima uma produção de 147 milhões de toneladas para a safra atual, com rendimento de 54,29 sc/ha, uma queda de 7,12% em relação ao ciclo 22/23 (Figura 1).

No Mato Grosso, a evolução da colheita vem ocorrendo de forma intensa e, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), já alcançou 21,51% da área projetada (Figura 2), 7,9 p.p. acima do ritmo observado na safra passada para esse período. As regiões oeste e médio-norte mato-grossenses são as mais adiantadas, com percentual colhido superior a 30%. Esse ritmo de colheita acelerado se deve ao encurtamento do ciclo da soja devido às condições meteorológicas adversas que acometeram o Estado desde o início da safra. A estiagem prolongada aliada às elevadas temperaturas em diversos munícipios levou à quebra na produtividade, sobretudo nas lavouras onde foi realizada a antecipação da semeadura pensando na janela da segunda safra subsequente. O IMEA estima uma produtividade de 53,59 sc/ha para o Estado, o que corresponde a uma redução de 13,99% ante a safra 2022/23 e vem preocupando os produtores quanto ao pagamento das despesas, uma vez que esse rendimento médio é insuficiente para cobrir Custo Operacional Total de 54,73 sc/ha. As chuvas registradas durante o mês de janeiro no Mato Grosso, apesar de prejudicarem a colheita, trouxeram um pequeno alento ao beneficiar as lavouras mais tardias e as ressemeadas, que ainda estavam em desenvolvimento vegetativo ou em florescimento.

No Mato Grosso do Sul, a colheita ainda está incipiente, atingindo 4% da área segundo a Conab, e as lavouras estão em fase reprodutiva. A falta de chuvas e as elevadas temperaturas prejudicaram e atrasaram a semeadura da soja nas lavouras sul-mato-grossenses, que, segundo a APROSOJA/MS, só foi finalizada no final de dezembro de 2023. Apesar das condições climáticas desfavoráveis, que se estenderam até o início de janeiro de 2024, a APROSOJA/MS manteve a estimativa de 54 sc/ha e ressaltou a importância das chuvas do final de janeiro até o final de fevereiro para determinação da produtividade das lavouras do Estado, as quais estarão, principalmente, em enchimento de grãos. Durante o mês de janeiro, houve duas ocorrências da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), cuja atuação promove nebulosidade e volumes significativos de chuva nas regiões sob sua influência. Uma delas foi Goiás, o que beneficiou sobretudo as lavouras de cultivares médias e tardias; nas áreas de cultivares precoces, a colheita vem avançando e são registradas baixas produtividades.

No Paraná, se por um lado havia apreensão de um excesso de chuvas no início da safra, a realidade se mostrou outra ao longo do ciclo da soja nas lavouras do Estado, afetadas por falta de chuvas regulares e por altas temperaturas. À semelhança do que vem ocorrendo no Mato Grosso, as operações de colheita da soja seguem um ritmo intenso, devido ao encurtamento do ciclo, e já atingiram 19% da área semeada segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL) (Figura 2), um contraste perante o valor de 1% que a colheita havia alcançado no mesmo período na safra anterior. Foi reportado que a maior parte das lavouras está em frutificação (50%) e maturação (38%) e que, devido às condições climáticas desfavoráveis, 8% das lavouras remanescentes desenvolvem-se sob condições ruins, 31% sob condições intermediárias e 61% sob condições favoráveis. Os produtores paranaenses têm relatado rendimento aquém do esperado devido ao calor intenso e às chuvas reduzidas. As chuvas que ocorreram no mês de janeiro não foram suficientes para recuperar a umidade do solo e chegaram tarde para grande parte das lavouras, as quais tiveram o enchimento de grãos comprometido. Permanece, ainda, a preocupação com a ferrugem-asiática, sobretudo na região sul paranaense. Diante desse cenário, o DERAL/PR reduziu a estimativa de produção para 19,2 milhões de toneladas, uma redução de 14% ante a safra passada. No Rio Grande do Sul, a EMATER/RS reportou que a semeadura foi finalizada no segundo decêndio de janeiro. De maneira geral, as lavouras estão se desenvolvendo bem, haja vista a maior exposição à radiação solar, devido à redução da nebulosidade, e os níveis adequados de umidade no solo. No entanto, a ocorrência precoce de ferrugem vem preocupando os produtores gaúchos, principalmente na região oeste: segundo o Consórcio Antiferrugem, já foram reportadas 88 ocorrências da doença desde dezembro de 2023, contra apenas 4 no ciclo anterior no final de janeiro de 2023 (Figura 3).

No Matopiba, apenas no Piauí as operações de colheita não tiveram início, e a semeadura foi interrompida na região do norte piauiense pela falta de chuvas. Os demais estados iniciaram a colheita da soja e, de forma geral, estão sendo obtidas produtividades abaixo do esperado. Especificamente para a Bahia, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) reportou que a colheita está mais avançada em áreas irrigadas da região oeste, a qual foi favorecida por volumes de chuva significativos em janeiro. Nessa mesma região, a incidência de mosca-branca tem aumentado e traz preocupação aos produtores. Ademais, foram reportados registros pontuais de lavouras com baixo potencial produtivo, mas essa não tem sido uma realidade generalizada, com médias entre 65 e 76 sc/ha.

 

 

De acordo com o último levantamento divulgado pela Conab, a primeira safra do milho se encontra com 92,4% da área semeada, ao passo que a área colhida já é superior em 2,6 p.p. em relação ao mesmo período da safra passada, totalizando 10,4%. Encaminhando-se para a reta final, a semeadura do milho de primeira safra está mais atrasada no Maranhão e no Piauí, onde alcançou 70 e 60% das áreas previstas respectivamente, segundo a Conab. A marcha de semeadura em ambos os estados foi comprometida pela falta e pela irregularidade das chuvas até meados de janeiro. Na Bahia, houve maior avanço na semeadura na região oeste, devido à ocorrência de chuvas regulares, que garantiu condições de armazenamento de água no solo adequadas para o manejo da cultura. Já no Centro-Sul do território baiano, as operações de campo foram limitadas por conta do excesso de chuvas.

Em Minas Gerais, apesar de a semeadura ter sido finalizada, o desenvolvimento das lavouras está atrasado em relação à safra passada, o que se deve às chuvas irregulares e às altas temperaturas registradas desde o início do ciclo. A cultura também sofreu com baixo armazenamento de água no solo durante sua fase vegetativa, o que explica esse atraso. Além disso, a colheita ainda não começou, consequência do grande volume de chuvas ocorrido durante o mês de janeiro, com valores acumulados superiores a 210 mm em quase toda a extensão estadual. Em São Paulo, a colheita já ocorreu em 8% da área cultivada, fração bem maior em relação à do ano anterior como consequência da queda no volume de chuva em janeiro.

No Rio Grande do Sul, de acordo com a EMATER/RS, houve aumento na incidência de pragas, sobretudo a cigarrinha-do-milho. Segundo o DERAL, no Paraná, 68% das lavouras estão em boas condições, seguido por 27% em condições médias e 5%, ruins, devido às pressões de doenças, ao tempo nebuloso e às chuvas abundantes, que dificultam os tratamentos culturais e aplicação de defensivos.

A previsão atual da segunda safra nacional de milho é de 16,417 milhões de ha, com uma produtividade média de 5,557 t/ha, 6,7% menor em comparação com a safra 22/23. Apesar de no início da safra haver preocupação dos produtores em relação à segunda safra do milho, devido ao atraso na semeadura e potencialmente na colheita da soja, ela vem evoluindo sem intercorrências. A Conab informa que 10,3% da área planejada já está semeada, um valor superior ao mesmo período na safra passada, que estava em 3,9%. Essa semeadura mais acelerada é um resultado das altas temperaturas que aceleraram o ciclo da soja.

Os dois estados responsáveis pelo avanço considerável na semeadura são o Mato Grosso e o Paraná, que atingiram 11,23% e 22% de semeadura, respectivamente (Figura 4), contrastando com os valores apresentados na safra passada, quando a semeadura nos mesmos locais representava 7,8% e 1%, de modo respectivo.

No Mato Grosso, de acordo com o IMEA, a projeção é de que sejam semeados 7,02 milhões de ha, produção de 43,75 milhões de toneladas e produtividade de 6,23 t/ha, um valor um pouco abaixo da safra anterior, mas próximo à média dos últimos cinco anos. O volume moderado de chuvas, entre 90 e 150 mm na maior parte do estado, favoreceu as operações de semeadura no mês de janeiro.

De acordo com o último levantamento do DERAL, no Paraná, onde se espera 2,4 milhões de hectares semeados, produção de 14,6 milhões de toneladas e produtividade de 6,06 toneladas por hectare, 99% das lavouras de segunda safra estão em boas condições, visto que está chovendo de maneira satisfatória e o solo apresenta armazenamento de água moderado, de modo a não dificultar as operações de semeadura e tráfego de maquinário. Ainda é importante destacar que 53,7% da lavoura está em fase de emergência, e o restante, já em fase de desenvolvimento vegetativo. De modo geral, nos maiores estados produtores, não há restrição por falta ou excesso de chuvas, o que permite o avanço da semeadura com um bom desenvolvimento inicial na maioria das áreas.

A semeadura da safra 2023/24 de algodão avançou significativamente durante o mês de janeiro e já alcançou 77% da área nacional projetada de acordo com o último levantamento da Conab, isso representa 12,6 p.p. a mais que o mesmo período na safra passada. Esse ritmo mais acelerado se deve à antecipação da segunda safra da fibra sobretudo nas lavouras em que a soja foi penalizada pelo clima adverso decorrente do El Niño, especialmente no Mato Grosso, o principal produtor nacional de algodão, onde a ressemeadura da soja foi preterida e deu lugar à semeadura antecipada do algodão.

De forma geral, a safra vem se desenvolvendo de modo satisfatório e são esperados bons resultados, ainda que não superiores aos obtidos na última safra: a Conab estima uma redução de 2,3% da produção, totalizando 3,1 milhões de toneladas de algodão, e uma queda de 8% na produtividade. No Mato Grosso, as lavouras estão se desenvolvendo bem e a área semeada teve grande incremento no mês de janeiro, atingindo 77,05% da área prevista (Figura 5), o que representa 29,24 p.p. a mais que o mesmo período no ciclo 2022/23. Os volumes de chuva significativos registrados no Estado em janeiro, atrelados a esse adiantamento das operações de semeadura, permitiram que os talhões fossem semeados em condições adequadas de umidade. No Mato Grosso do Sul, as microrregiões produtoras se concentram nas regiões norte e nordeste, onde a semeadura da primeira safra de algodão foi concluída ainda em dezembro de 2023. As lavouras foram implantadas em condições adequadas de umidade do solo e de temperatura, e têm apresentado bom aspecto e desenvolvimento. Em Goiás, a semeadura da segunda safra iniciou-se em janeiro, mas grande parte dos produtores, devido às preocupações com a perda ou a redução da janela ideal de cultivo e à maior rentabilidade, preferiu o cultivo do algodão de primeira safra, que foi finalizado em dezembro e foi favorecido pelas condições climáticas.

Na Bahia, a AIBA reportou que a semeadura de algodão já alcançou 83,3% da área (Figura 5). A semeadura se deu primeiro nas áreas de sequeiro e vem progredindo nas áreas irrigadas, onde depende da colheita da soja. As lavouras estão se desenvolvendo de modo satisfatório e a emergência foi beneficiada pelo retorno das chuvas em janeiro no território baiano. No restante do Matopiba, permanece a preocupação com a irregularidade no volume e na distribuição das chuvas, devido ao El Niño, mas as lavouras têm apresentado boas condições de desenvolvimento.

O último levantamento divulgado pela Conab apontou que a semeadura da safra de arroz 2023/2024 se encaminha para a conclusão, alcançando 97,7% da área nacional projetada. Além disso, a colheita foi iniciada nas primeiras lavouras semeadas, totalizando 1,7% da área segundo a Conab. A semeadura foi finalizada no Rio Grande do Sul no segundo decêndio de janeiro (Figura 6) e as lavouras estão se desenvolvendo de forma satisfatória, principalmente aquelas semeadas em outubro e em novembro, as quais foram beneficiadas por temperaturas adequadas e por disponibilidade hídrica. De acordo com a EMATER/RS, as primeiras lavouras estabelecidas já entraram na fase reprodutiva, mas a maior parte delas está em desenvolvimento vegetativo. Essa ênfase é importante, pois a tolerância ao acamamento diminui na fase reprodutiva, que deve ocorrer em breve. Quanto aos tratos fitossanitários, o foco está na aplicação de fungicidas, visto que as recentes condições climáticas no Rio Grande do Sul foram favoráveis à ocorrência de doenças fúngicas, no controle de plantas daninhas e na aplicação de adubo nitrogenado em cobertura. Em Santa Catarina, as operações de colheita se iniciaram e já alcançaram 8% da área. As altas temperaturas registradas foram prejudiciais à cultura, acelerando o período de maturação, o que impacta na qualidade do grão.

Em Tocantins, a semeadura também foi concluída no segundo decêndio de janeiro e a colheita já alcançou 7% da área (Figura 6). As chuvas registradas no Estado em janeiro favoreceram a recuperação das lavouras e os grãos colhidos têm apresentado boa qualidade. Apesar disso, foram reportadas ocorrências de brusone em algumas lavouras cujas plantas estão em estádios mais avançados; nesse sentido, os produtores recorreram a um controle fitossanitário mais intensivo, a fim de evitar prejuízos à produtividade e à qualidade dos grãos com a doença. No Mato Grosso, a semeadura atingiu 95,2% da área prevista e teve início a colheita nas primeiras lavouras semeadas (Figura 6). O volume de chuvas registrado em janeiro favoreceu o armazenamento de água no solo e beneficiou o desenvolvimento da cultura.

De acordo com o último levantamento da Conab, 85,2% da área total dos principais produtores de feijão nesta primeira safra já foi semeada, de modo a haver uma diminuição dessa taxa em relação ao ano anterior, quando no final de janeiro, a semeadura já havia sido finalizada. Apesar desse atraso, a colheita já foi realizada em 28,1% da área, um valor 3,8 p.p. maior que o observado no ano anterior.

Os maiores atrasos de semeadura são observados no Piauí e Bahia, onde a área semeada corresponde a 50% e 88,6% nos estados, respectivamente. No estado do Piauí, o baixo volume de chuvas está impactando a semeadura e o desenvolvimento da cultura, enquanto que na Bahia, a falta de chuvas no centro-sul atrasou a semeadura; ademais, as operações de colheita ainda não foram iniciadas nos estados mencionados.

Semelhantemente ao observado no ano passado, a colheita em São Paulo já foi finalizada. No entanto, em Minas Gerais, no mesmo período do ciclo anterior, a colheita já havia sido realizada em 34%, enquanto a taxa atual atingiu apenas 10%, devido às altas temperaturas e às chuvas irregulares e dispersas, o tempo seco e quente também favoreceu a ocorrência de pragas como a mosca-branca durante o desenvolvimento da cultura. Além disso, as chuvas ocorridas no final de janeiro estão dificultando as operações de colheita, sobretudo pelo fato de o armazenamento de água no solo estar relativamente alto, entre 60% e 75%, atrapalhando o tráfego de maquinário.

De acordo com o DERAL, no Paraná, a área de semeadura da primeira safra já foi finalizada e 83% dela já foi colhida, valor bem acima do registrado no ano anterior, estando 39% em boas condições, 45% em condições médias e 16% em condições ruins. Além disso, 35% da área destinada à segunda safra já foi semeada, estando 97% dela em boas condições, de modo que 53% está em fase de germinação e 47% em estágio vegetativo, não havendo déficit hídrico, visto a ocorrência de chuvas e armazenamento de água no solo moderado, assim como observado no Rio Grande do Sul, onde o desenvolvimento da cultura segue de maneira satisfatória.

Sistema TEMPOCAMPO, 1/2/2024

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