Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de maio

Versão para impressãoEnviar por email
Mapas 1 e 2 (Sistema TEMPOCAMPO)
Editoria: 

O mês de maio foi marcado pelo contraste no volume de chuvas entre as regiões agrícolas do país. A região norte apresentou chuvas acima de 200 mm, enquanto no Nordeste a precipitação acumulada não passou de 120 mm e, no centro-sul, não passou de 30 mm. Destaque para os Estados de Goiás e São Paulo, nos quais praticamente não choveu e a seca atingiu a maior parte do território (Mapa 1).

Com isso, o armazenamento hídrico no solo ficou abaixo de 30% em parte do país, com valores abaixo de 15% nos Estados do São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás Minas Gerais e Bahia. O Rio Grande do Sul, em contraste, teve elevação na umidade do solo, com armazenamento hídrico entre 45 e 60% (Mapa 2). As temperaturas máximas oscilaram entre 25 e 33°C no centro-sul, enquanto no norte e nordeste as máximas foram no intervalo de 27 e 33°C, com destaque para o MATOPIBA, onde as temperaturas máximas ficaram acima dos 31°C durante praticamente todo o mês de maio. As mínimas foram superiores na região norte e nordeste, sempre acima de 23°C. Para as regiões sul e sudeste, os valores de temperaturas mínima foram no intervalo de 16 a 21ºC. No sul do Paraná, região serrana de Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul, as mínimas ficaram abaixo de 16°C na média do mês, com ocorrência de geadas. (Mapas 3 e 4). 

Tempo e agricultura brasileira

A estiagem iniciada no mês de março no Paraná já é considerada uma das piores desde 1977 e pode comprometer a safra de inverno no Estado. A falta de chuva já é responsável pelo atraso na semeadura das culturas da época e os produtores que já semearam no pó correm o risco de perder as sementes lançadas ao solo. A boa notícia é que a estiagem de maio não prejudicou as lavouras de soja, milho e feijão já em fase final de colheita, uma vez que estas culturas já não estavam mais em período crítico de sensibilidade hídrica. 

Eventos de geada foram registrados ao longo do mês no centro-sul do Brasil, em lavouras de milho, feijão, cana-de-açúcar e hortaliças. No Estado do Paraná e no sul de São Paulo, podem ter ocorrido maiores prejuízos em áreas de hortaliças e feijão. Nas regiões produtoras de café em Minas Gerais, houve queda de temperatura e geada afetando os cafezais mais jovens.

Em contrapartida, as lavouras de arroz irrigado no Rio Grande do Sul se beneficiaram com a redução na nebulosidade, alcançando assim altos níveis de produtividade. No Mato Grosso, boas condições do tempo vêm contribuindo para o bom desenvolvimento do milho segunda safra e mantem a expectativa para uma boa safra neste ano.

Condições climáticas para pastagens no mês de junho

As projeções geradas pelo Sistema TEMPOCAMPO para o mês de junho para pastagens indicam um contraste dentre as regiões do país. O CPC (Coeficiente de Produtividade Climática do Sistema TEMPOCAMPO) indicou uma grande variabilidade no país na condição para o crescimento das pastagens (Mapa 5).



Mapa 5

Para as regiões nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, as condições climáticas foram desfavoráveis, comparando-se a primeira semana de junho em relação ao mês de maio. As condições mais secas refletiram nas condições das pastagens na região, onde as perdas superaram 30%. No norte do Mato Grosso, em contraste, o Sistema TEMPOCAMPO verificou melhoria nas condições climáticas, com ganhos de 20% em relação ao mês de maio.

Para a região norte e parte do Nordeste as condições climáticas foram mais favoráveis, com ganhos superiores à 20% para o centro-sul do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará. Por conta da estiagem em algumas regiões do país, as pastagens podem ser encontradas com pequena ou nenhuma quantidade de folhas verdes e decréscimo no seu valor nutricional. Em consequência disso pode haver um aumento no teor de fibras e redução no teor de proteínas, o que pode causar prejuízo na alimentação dos animais. Em regiões onde o clima foi favorável em comparação com o mês anterior, pode ocorrer o rebrote antecipado da planta e aparecimento de folhas novas, favorecendo os pecuaristas.

Mapas 3 e 4 (Sistema TEMPOCAMPO)