Uma trajetória dedicada à Morfologia e Anatomia Vegetal

Marcilio de Almeida ajudou na implantação do curso de Ciências Biológicas e hoje, aposentado, pretende viajar para visitar as filhas em Goiânia e na Itália assim que a pandemia deixar

Marcilio de Almeida nasceu em Campinas (SP) em 1957. Foi criado em Jundiaí (SP) e formou-se em Ciências Biológicas em 1981 pela Unesp, campus Rio Claro (SP). Desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso sob orientação do professor Otto Jesu Crócomo e algumas das etapas foram concluídas no Laboratório de Bioquímica, no campus Luiz de Queiroz, em Piracicaba (SP).

No ano seguinte, orientado também pelo professor Crócomo, iniciou o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas na Esalq. “Fiz uma caracterização organográfica e bioquímica de dez variedades de cana de açúcar”. O mestrado encerrou em 1986 e o doutorado em 1994, desta vez em Botânica no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.

Ingressou na Esalq em 1982 como docente, para atuar no então departamento de Botânica, hoje departamento de Ciências Biológicas. “Entrei na vaga que era do professor Walter Radamés Accorsi, que havia se aposentado”.

Para a Esalq, trouxe a visão de biólogo para auxiliar na formação dos futuros engenheiros agrônomos e florestais. “Eu e o professor Luiz Antônio Rochelle identificamos as necessidades dos estudantes daqueles cursos e notamos que era necessário investir na formação em Morfologia e Anatomia Vegetal, que acabou se tornando a minha área de atuação como docente”.

Na área florestal, teve atuação destacada nos estudos de melhoramento e propagação de eucaliptos. “Em 2013, acompanhei um grupo de pesquisadores de várias instituições aos EUA com o propósito de capacitá-los nessa área e também de conhecer produtores de lá”.

Ao longo da sua trajetória, desenvolveu trabalhos de extensão em parceria com outros departamentos da Esalq. “Auxiliei o professor Keigo Minamo em um trabalho de seleção e identificação de mudas de alface e dei suporte para outros projetos para identificar demandas no campo como efeitos do uso de herbicidas, alterações genéticas em plantas, entre outros. Eu sempre digo que a anatomia é uma ferramenta a ser empregada em campo e assim pude contribuir com vários estudos”. Sua atuação resultou em cerca de 80 trabalhos publicados na área de Anatomia e Morfogênese.

Foi chefe e vice chefe do departamento de Ciências Biológicas e, no início dos anos 2000, auxiliou na implantação da graduação em Ciências Biológicas na Esalq, tendo sido o primeiro coordenador do curso. “Junto com o professor Raul Machado, observamos que muitos docentes da Esalq e do Cena realizavam pesquisa em Ciências Biológicas, o que mostrou que tínhamos grande potencial para criar o curso. E assim eu fui o primeiro coordenador do curso, cargo que ocupei por 10 anos. Hoje é um curso bem estruturado na Esalq e foi a menina dos meus olhos”.

Aposentou-se em abril e, por ora, decidiu aproveitar a vida fora da academia. “Trabalhei por quase 39 na Esalq e a pandemia me fez enxergar que estava na hora de parar aproveitar minha neta. Tenho uma última orientada que deve terminar o trabalho no começo de 2022. Por enquanto gosto de lidar com madeira, tenho habilidade com a parte elétrica e, quando a pandemia deixar, quero visitar as filhas em Goiânia e na Itália”.

Texto: Caio Albuquerque (29/06/2021)

Marcilio de Almeida atuou no departamento de Ciências Biológicas (crédito: Paulo Soares)