Efeito da Irrigação e da Palha na Produtividade da Cana-de-Açúcar

Para entender os mapas – dados, métodos e modelos

As simulações de produtividade em função das doses de palha e do nível de irrigação foram realizadas com os modelos DSSAT/Canegro e APSIM-Sugar*, considerando uma calibração padrão da variedade RB86-7515 a partir de dados experimentais coletados em Piracicaba-SP e descritos por Nassif (2014), Marin et al. (2015), Costa (2016) e Carvalho (2016). Para a definição da linha de base (média de produtividade considerando o clima atual), simulou-se ao longo de 30 anos a produtividade da cultura sob diferentes quantidades de palha (considerando-se um valor relativo ao máximo de palha produzido) no solo e níveis de irrigação (assumido como um valor relativo em relação ao máximo de irrigação requerido para assegurar a evapotranspiração máxima da cultura). A partir disso, fez-se uma série de combinações entre níveis de palha deixados sobre o solo com níveis de irrigação suplementar, permitindo assim ao leitor comparar os efeitos isolados e combinados de cada um desses valores. O mapas abaixo apresentados foram gerados para representar a variação (acréscimo ou decréscimo) de produtividade em relação a condição de referência: 30 anos de dados meteorológicos atuais de cada localidade (veja aqui as localidades simuladas) sem irrigação e sem palhada sobre o solo.

Resultados – Cenários de efeitos de irrigação e palhada sobre o solo 

 

Mapa 1. Variação de produtividade simulada para o Brasil para canaviais sem irrigação (0%IR) e com manutenção de 50% da palha (50% P) produzida sobre o solo.

 

Mapa 2. Variação de produtividade simulada para o Brasil para canaviais com suplementação de 50% da necessidade de irrigação (50%IR) e com manutenção de 50% da palha (50% P) produzida sobre o solo.

 

Mapa 3. Variação de produtividade simulada para o Brasil para canaviais com irrigação plena (100%IR) e sem manutenção palha (0% P) produzida sobre o solo.

 

Mapa 4. Variação de produtividade simulada para o Brasil para canaviais com suplementação de 50% da necessidade de irrigação (50%IR) e sem manutenção palha (0% P) produzida sobre o solo.

 

Mapa 5. Variação de produtividade simulada para o Brasil para canaviais com suplementação de 50% da necessidade de irrigação (50%IR) e manutenção de toda palha (100% P) sobre o solo.

 

Mapa 6. Variação de produtividade simulada com o modelo APSIM-Sugar para o Brasil para canaviais com irrigação plena (100%IR) e manutenção de toda palha (100% P) produzida sobre o solo.

 

REFÊNCIAS

Marin, FR; Martha, GB; Cassman, KG; Grassini, P. Prospects for Increasing Sugarcane and Bioethanol Production on Existing Crop Area in Brazil. Bioscience, 2016. Disponível em: https://academic.oup.com/bioscience/article/66/4/307/2464026.

Nassif, DSP. Evapotranspiração, transpiração e trocas gasosas em canavial irrigado. Tese (doutorado). ESALQ-USP. 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11152/tde-04022015-145848/pt-br.php.

Carvalho, KS. Medida e modelagem da evapo(transpi)ração de um canavial irrigado em função do manejo da palhada. Tese (doutorado). ESALQ-USP. 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11152/tde-18052017-154117/pt-br.php.

Costa, LG. Crescimento, desenvolvimento e consumo hídrico de cana-de-açúcar sob dois sistemas de manejo da palha. Tese (doutorado). ESALQ-USP. 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11152/tde-23012017-150113/pt-br.php.

 

* não se utilizou o modelo DSSAT/CANEGRO nas simulações envolvendo o manejo da palhada pois não foi comprovada a habilidade deste modelo em incluir o efeito da palhada na produtividade da cultura.