Clipping semanal - - page 13

Assim, na região existe uma quadrilha de caçadores profissionais que se auto-intitula "
leoneros
", os quais
são contratados por proprietários rurais para matar pumas, considerados pragas. Outra finalidade da caça
ilegal de pumas é a exibição de troféus.
Exemplo de fotos que circulam pela internet exibindo a caça ilegal de Pumas como troféus. Fonte:
de fotos que circulam pela internet exibindo a caça ilegal de Pumas como
troféus. Fonte:
Os impactos que assolam os Pumas na região patagônia não se restringem à caça, mas também aos
atropelamentos. As estradas que acessam o Parque não são pavimentadas, mas são planas e fáceis de
usar para atingir altas velocidades. Em novembro de 2014, um puma foi atropelado próximo ao Parque, na
estrada CH 254. Eu mesma fui testemunha ocular da imprudência dos motoristas durante o meu retorno
do Parque Torres Del Paine até Puerto Natales. A quase 100 km/h, o motorista do micro-ônibus atropelou
um tatu-peba. Reclamei, mas ele não diminuiu a velocidade. Poderia ter sido mais um puma, uma raposa,
ou, quem sabe, um grande guanaco.
Destaco que por trás do objetivo de avistar um puma no Parque, estava um grande desejo de contemplá-
lo. Contemplação da majestosidade de um animal topo de cadeia, de papel importante em um
ecossistema tão rico e fechado, onde este animal ao longo de milhões de anos se adaptou às intempéries
climáticas. Contemplação também de sua beleza ímpar, símbolo de força, poder e liberdade em uma área
de natureza extrema, entre montanhas com picos nevados, lagos azuis-esverdeados e grandes glaciares.
Seria a combinação perfeita depois de tantos anos a espera deste encontro!
Sinais do felino
Logo no primeiro dia de caminhada do "circuito O", em direção ao Camping Serón, era possível sentir o
cheiro marcante de urina de felino em locais diversos. Este sinal era uma faísca de esperança. Se no
primeiro dia já havia evidências tão marcantes da presença do grande gato, quem sabe eu não teria
sucesso em avistá-lo breve?
No segundo dia, a esperança aumentou quando, a caminho do camping Dickson, surgiu uma pegada
fresca de puma na trilha. Centenas de metros adiante, um cheiro forte de carcaça. A ansiedade de avistar
a espécie aumentou junto com a consciência que se tratava do maior predador da região, capaz de abater
em instantes um guanaco de 160 kg. Portanto, o respeito pelo animal era essencial naquela aventura,
uma das regras de ouro na observação de animais selvagens em ambiente natural.
No terceiro dia, eu sabia que se não avistasse o puma minhas chances cairiam de forma drástica, porque
entraria em uma região do parque pouco favorável ao puma, onde suas presas são raras.
Nos dias que se passaram, fiquei maravilhada ao avistar outros habitantes do Parque, os imponentes
condores tomando conta dos céus, diversas lebres, ñandus, pica-paus, bandos de guanacos, e muito
próximo ao Camping Torres, uma tranquila raposa, provavelmente já adaptada à presença de turistas.
Um abatedouro natural
Chegávamos ao sétimo dia, o último. Muitos quilômetros deixados pra trás, cansaço físico das longas
caminhadas e da última noite mal dormida devido a um frio desconcertante. O peso da mochila era menor,
"(...) a caminho do camping Dickson, surgiu uma pegada fresca de puma na trilha. Centenas de metros
adiante, um cheiro forte de carcaça."
"A menos de 2 km da portaria achamos um abatedouro natural de guanacos, com dezenas de carcaças
espalhadas próximas à trilha"
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