AGROdestaque entrevista Masaaki Terada (F-1977)

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Masaaki Terada, egresso da turma de 1977 do curso de Engenharia Florestal (divulgação)
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Trajetória e atuação profissional.

Masaaki Terada nasceu em Kobe, no Japão e migrou para o Brasil em 1971, aos 20 anos. Aqui trabalhou em uma colônia japonesa em Jacareí e, posteriormente, em uma comunidade nipônica em Ivoti (RS). Entre 1974-77, foi aluno do curso de Engenharia Florestal na ESALQ e, durante a universidade obteve a nacionalidade brasileira.

Entre 1977 e 1984 foi Assistente de diretor industrial na Fabrica da CENIBRA, trabalhando com a reconstrução e operação de planta de Cloro-Soda. Posteriormente, de 1984 a 1992, atuou como Assessor de diretor florestal na Cenibra Florestal, colaborando em atividades de inventario e planejamento, compra de terra, viveiros de sementes e de estacas, além de clonagem. De 1992 a 2004, trabalhou como Consultor florestal na Tailândia e no Chile pela Technoforest Co.LTD (Itochu-TOKYO). Nesta etapa, contribuiu com a instalação de fábrica de composto de cascara de eucalipto.

Entre 2006 e 2009, trabalhou na RISPAC, Fábrica de plástico japonesa, realizando seleção e capacitação de trabalhadores estrangeiros, principalmente brasileiros, peruanos e filipinos.

Comente sobre a importância da área de atuação à qual se dedicou.

Entre outras contribuições, trabalhei para abastecer com matéria prima renovável (eucalipto) a fabricação de papel para indústrias japonesas; auxiliei no processo de transferência de tecnologias japonesas de fabricação de celulose aos brasileiros, junto com experientes engenheiros Japão. Outra atribuição importante foi capacitar engenheiros, supervisores, operadores, mecânicos, instrumentistas e técnicos eletricistas.

Em termos de pesquisa, integrei esforços para a solução da doença de “Seca de Ponteiro de eucalipto”, na região do Baixo Rio Doce, em Ipatinga (MG), além de participar da seleção de híbridos naturais (clones) resistentes ao déficit hídrico no Brasil e na Tailândia.

No Chile, integrei projeto de seleção de espécies adaptadas para regiões com baixas temperaturas, por exemplo (até - 10 ºC), na introdução da espécie Eucalyptus nitens na região de Osorno, sul do país. Ainda trabalhei com produção de sementes por APS (Área de Produção de Sementes) e OS (Pomar de Semente por enxertia) e com seleção de árvores plus por crescimento e densidade básica.

Onde mora atualmente e o qual sua ocupação?

Resido em Osorno, no sul do Chile. Estou aposentado, mas realizo trabalhos como tradutor de 4 idiomas (japonês, inglês, português e espanhol).

Quais as atribuições necessárias para um engenheiro florestal?

Um engenheiro florestal deve saber buscar soluções para as necessidades da área e devam continuar preservando a “diversidade” das florestas nativas. Infelizmente, temos diferenças de classe social em todos países, Japão, Brasil, Tailândia e Chile e isso dificulta a comunicação nas empresas florestais. Admitindo esta diferença, podemos e devemos comunicar melhor para criar uma sociedade melhor. Na minha experiência, nos piores momentos da minha vida, consegui aprender mais. Quando terminam a vida universitária e iniciam vida profissional, os engenheiros novatos equivocadamente. podem pensar que sabem mais. No meu caso, eu não sabia nada.  A todos os futuros engenheiros florestais, digo que devam caminhar, olhar e conversar com o próximo.

Entrevista concedida em (31/08/2017)

Palavra chave: 
lcf engenharia florestal