Conservação das áreas naturais

Versão para impressãoEnviar por email
Pesquisa aborda os impactos das corridas de aventura em áreas naturais (Crédito: http://cam.scdsb.on.ca/)
Editoria: 

Para aqueles que adoram o contato com a natureza, as práticas de atividades físicas e lazer em áreas naturais, geralmente, são a melhor forma de aproveitar os momentos de descanso. No entanto, conscientizar-se da importância desses espaços e atentar-se aos cuidados necessários para sua preservação é fundamental. Essa foi à proposta de Carolina Teixeira Bartoletti em sua pesquisa de mestrado no programa de Ecologia Aplicada Interunidades, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA). Com graduação em Bacharelado em Esporte, a pesquisadora sempre foi muito atraída por questões ambientais, fator que motivou a escolha de sua dissertação. “Busquei estudar a interdisciplinaridade entre esporte e lazer para compreender o uso mais consciente das áreas naturais, que possuem grande potencial como local para atividades físicas e de lazer. Para isso analisei as atividades de corridas de aventura nesses espaços”, contou.

A pesquisadora trabalhou em um período de nove meses como Guarda-Parques no Parque Estadual da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, quando foi possível observar as intervenções das práticas humanas no meio ambiente e os impactos negativos causados no espaço, o que a incentivou ainda mais na escolha do mestrado. “Descarte inadequado de lixo, erosão, vandalismo, quebra de galhos, abertura de trilhas informais são alguns elementos que ocorrem se não existir medidas de gestão do uso público”, disse Carolina.

Orientada pela professora Teresa Cristina Magro, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ, o estudo buscou identificar se existe o conhecimento dos atletas e organizadores de corridas de aventura sobre os impactos socioambientais destas atividades na natureza. Para isso, Carolina realizou entrevistas e constatou que menos de 25% dos dois grupos acreditam que o esporte possa causar impactos negativos no ambiente. “Precisei enxergar como eles, que utilizam as áreas naturais, lidam com essa questão. Com os organizadores questionei sobre as prioridades no momento de planejar os eventos”, contou. Além disso, também entrevistou um terceiro grupo, os gestores de Parques Nacionais sobre a percepção que possuem sobre os impactos positivos e negativos.

A pesquisa, específica sobre corridas de aventura, busca conscientizar as organizações desses eventos. “É indispensável levar em consideração os fatores socioambientais, como o regime de chuvas e a possibilidade de agravar erosão com a passagem de muitos atletas, e os fatores logístico-financeiros na hora de planejar esse tipo de acontecimento”, mas Carolina ainda ressalta: “Pela amostra das entrevistas, notei que muitos organizadores e empresas se planejam em relação aos fatores logístico-financeiro, mas nem todos se atentam aos fatores socioambientais, claro, com exceções”. Além dos impactos negativos, é importante ressaltar que a prática desses esportes em áreas naturais possuem aspectos positivos e relevantes: estimulam a atividade física, o contanto com a natureza e, assim, incentivam o cuidado e conservação dessas áreas. “Essa ainda é uma discussão muito nova no Brasil, mas que precisa ser posta em pauta”.

Carolina Teixeira Bartoletti apresentará sua pesquisa de mestrado, amanhã (24/06), às 14h, na Sala 2 do Serviço de Pós-graduação da ESALQ.

Texto: Ana Carolina Brunelli
Revisão: Caio Albuquerque (23/06/2016)

Palavra chave: 
áreas naturais corridas de aventura Carolina Teixeira Bartoletti