Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de agosto

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Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas foram inferiores a 30 mm. Mato Grosso do Sul e São Paulo foram exceções, com volumes de chuva de 30 mm a 90 mm na maior parte do seu território. Acumulados de até 120 mm foram registrados no leste do Mato Grosso do Sul. Baixos volumes de chuva também foram registrados no Tocantins, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio grande do Norte, na Paraíba, no Pará, e no oeste e sul da Bahia. Nos outros estados das regiões Norte e Nordeste, foram acumulados até 180 mm. Volumes superiores a 120 mm foram registrados em Alagoas e na região de Barreiras na Bahia. Na Região Norte, as chuvas superaram 150 mm no Amazonas e em Roraima. No Rio Grande do Sul, as chuvas variaram de 90 mm a 120 mm. No Paraná e em Santa Catarina, as chuvas ficaram entre 120 mm e 180 mm. Volumes de até 210 mm foram registrados no sul do Paraná.

Os menores valores de armazenamento de água no solo foram registrados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e no Matopiba. Os estados mais afetados foram Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, com armazenamento de água no solo inferior a 15% na maior parte de seus territórios. Baixos valores de armazenamento, inferiores a 30%, também foram registrados no Pará, em Rondônia, no Ceará, no Rio Grande do Norte e na Paraíba. No restante da Região Norte, o armazenamento variou de 30% a 60%, já na Região Sul, de 45% a 60%.

Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, predominaram temperaturas máximas entre 29°C e 33°C. Em uma extensa faixa que cobre grande parte dos estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão e Piauí, as máximas superaram 33°C. Em São Paulo, Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Bahia, as máximas ficaram entre 25°C e 27°C. Na Região Sul, predominaram máximas inferiores a 25°C.

As menores temperaturas do país, abaixo de 10°C, ocorreram nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Paraná, as mínimas variaram de 10°C a 13°C. Nos estados da Região Sudeste, prevaleceram mínimas entre 13°C e 16°C. No Centro-Oeste e na Bahia, predominaram mínimas de 16°C a 19°C. Nos demais estados da Região Nordeste, as mínimas mantiveram-se entre 19°C e 22°C. Em grande parte da Região Norte, as mínimas superaram 22°C.

Tempo e agricultura brasileira

Mais de 85% das áreas brasileiras destinadas ao cultivo da segunda safra de milho já foram colhidos. A colheita já foi finalizada no Mato Grosso e os resultados foram positivos. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produção obtida foi de 39,16 milhões de toneladas e a produtividade foi de 102,10 sacas por hectare, valores 20 e 10% superiores aos da safra passada. Cerca de 85% das áreas do Mato Grosso do Sul já foram colhidos até o momento, as operações de campo no Estado tiveram seu ritmo desacelerado por conta das chuvas. Em Goiás, a colheita já foi praticamente finalizada. A colheita das lavouras remanescentes na região leste do Estado deverá ser concluída nos próximos dias. Foram registradas perdas de produtividade causadas pelo estresse hídrico que acometeu as lavouras goianas ao longo da safra. O acamamento de lavouras provocado pelo ataque de cigarrinhas restringiu o avanço da colheita em São Paulo e também acarretou perdas de produtividade. Em Minas Gerais, produtividades inferiores às esperadas refletem a falta de chuvas durante o ciclo e os danos provocados pelas cigarrinhas. Cerca de 85% e 87% da área prevista já foram colhidos nos estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente. No Paraná, a colheita já foi concluída em 90% das áreas, com atrasos decorrentes das chuvas frequentes. Perdas de produtividade provocadas por cigarrinhas, por déficit hídrico e por geadas foram registradas em lavoras de milho paranaenses. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), cerca de 6% das lavouras do Estado encontram-se em condições ruins, 28% em condições intermediárias e 66% em boas condições. A colheita do milho já foi praticamente concluída no Matopiba, e boas produtividades foram obtidas.

É importante destacar que a semeadura da safra 2022/23 de milho já foi iniciada no Paraná. As operações avançaram com maior velocidade nas regiões de Francisco Beltrão, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa e Pato Branco. 90% das lavouras de primeira safra encontram-se em fase de germinação e 10% em desenvolvimento vegetativo. As lavouras desenvolvem-se sob condições favoráveis e encontram-se em bom estado.

Cerca de 90% das áreas brasileiras destinadas ao cultivo de algodão já foram colhidos. No Mato Grosso, as operações de colheita mantiveram um bom ritmo e avançaram significativamente durante o mês de agosto, mais de 97% das áreas já foram colhidos. Chuvas pontuais levaram a perdas de produtividade e queda de qualidade da pluma em algumas lavouras. Segundo o IMEA, a produtividade média obtida até o momento é de 265,29 @ por hectare, valor 4,5% menor que o consolidado na safra passada. Mesmo com a queda de produtividade, a produção será maior do que no ano anterior devido ao incremento da área plantada no Estado. O Mato Grosso deverá produzir cerca de 4,69 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,93 milhões de toneladas em pluma na safra 2021/22. A colheita se aproxima do fim no Mato Grosso do Sul e em Goiás, 99 e 97% das áreas semeadas já foram colhidas nesses estados. Em Goiás, restam apenas lavouras irrigadas a serem colhidas. Na Bahia, 88% da colheita foi finalizada. Nas regiões centro-sul e extremo-oeste do Estado, as lavouras de sequeiro já foram completamente colhidas e as irrigadas encontram-se em maturação e colheita. Nos demais estados do Matopiba, as lavouras desenvolvem-se sob boas condições climáticas e também se encontram nos estágios de maturação e de colheita. 93 e 67% da área cultivada já foram colhidos no Piauí e no Maranhão, respectivamente. Em Minas Gerais, o tempo seco favoreceu a colheita do algodão e 84% de suas áreas já foram colhidos. Em São Paulo, a colheita já foi finalizada nas regiões sudoeste e oeste. Na região noroeste do Estado, as lavouras de sequeiro já foram colhidas, restando apenas as lavouras irrigadas.

Em Minas Gerais, a colheita da 3ª safra de feijão está em andamento e 75% das lavouras mineiras já foram colhidas até o momento. A colheita foi concluída na região de Unaí, e as lavouras que ainda não foram colhidas encontram-se em fase de enchimento de grãos e maturação. Perdas de produtividade são esperadas em decorrência das baixas temperaturas registradas durante o inverno. Na Bahia, as lavouras de sequeiro mais tardias e em enchimento de grãos tiveram sua produtividade penalizada pela irregularidade das chuvas. As operações de colheita seguem mais avançadas na região nordeste do Estado, já tendo sido concluídas em cerca de 20% de toda a área cultivada. Em Goiás, a colheita está em reta final, 93% da área semeada já foram colhidos. A maior parte das lavouras que ainda não foram colhidas está localizada nas regiões leste e sudoeste do Estado. No geral, boas produtividades e qualidade de grãos têm sido obtidas, com exceção de algumas áreas semeadas fora da janela ideal e que foram acometidas por doenças de solo, em especial a fusariose.

Cerca de 6% das lavouras de trigo brasileiras já foram colhidos. Em Goiás, a colheita das lavouras de sequeiro foi finalizada e a colheita das lavouras irrigadas já foi iniciada. No Mato Grosso do Sul, as chuvas registradas nas regiões produtoras de trigo, favoreceram as lavouras em fase de enchimento de grãos. Em Minas Gerais, as condições climáticas favoreceram a colheita, que já foi praticamente finalizada nas áreas de sequeiro e avança nas áreas irrigadas. Na Bahia, as lavouras irrigadas seguem em boas condições e encontram-se em fase enchimento de grãos, maturação e colheita. No Paraná, a colheita já foi iniciada nas regiões norte e oeste. A falta de chuvas e baixa umidade do solo prejudicaram as lavouras em desenvolvimento, além disso, geadas afetaram lavouras das regiões sudoeste e oeste. Segundo o Deral, cerca de 3% das lavouras do Estado encontram-se em condições ruins, 19% em condições intermediárias e 78% em boas condições. 27% das lavouras de trigo paranaenses já estão em fase de maturação. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as lavouras foram favorecidas pelas condições climáticas. Geadas atingiram apenas algumas áreas pontuais de Santa Catarina no final do mês. A maior parte das lavouras da Região Sul encontram-se em crescimento vegetativo e início da fase reprodutiva.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), houve uma retração de 13,73% na moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto na Região Centro-Sul em relação à quantidade registrada no mesmo período da safra passada. Essa diminuição da moagem está atrelada a condições climáticas adversas que prejudicaram as operações de colheita, principalmente no Paraná, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A menor disponibilidade de cana-de-açúcar na quinzena restringiu a produção de açúcar e etanol. A oferta de etanol foi complementada pela contribuição dos produtores de etanol de milho, atenuando a retração na produção do biocombustível. A quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada aumentou 1,8% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola.

Texto: Sistema TEMPOCAMPO | 5/9/2022

 

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