Docente narra sua trajetória como pesquisador em olericultura

Paulo Cesar Tavares de Melo é paraibano. Nascido em João Pessoa em 1948, formou-se em 1972 na então Escola de Agronomia do Nordeste (hoje Centro de Ciências Agrárias da UFPB – Universidade Federal da Paraíba).

Em 1973 começou a trabalhar no Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, na Estação Experimental de Jatinã, no Vale do São Francisco, para atuar com projetos de melhoramento de cebola e tomate industrial. Em 1974 foi fazer o mestrado na Esalq, orientado pelo professor Cyro Paulino da Costa. “No mestrado trabalhei com o projeto de melhoramento da cebola tropical. Terminei o mestrado em 1978, mas ainda continuai trabalhando no Vale do São Francisco”.

Entre 1986 e 2000, o professor Paulo Cesar atuou como pesquisador melhorista na Estação Experimental de Pesquisa com Hortaliças em Paulínia (SP) da Asgrow Seed Co.

No ano de 2000, foi contratado como assessor internacional do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) em Brasília. Em 2001, prestou concurso para docente e, aprovado, ingressou ainda em gosto do mesmo ano como docente do departamento de Produção Vegetal da Esalq.

Durante sua trajetória como docente sempre atuou, na graduação e pós-graduação, com as disciplinas na área de olericultura. “Ministrei aulas e orientei estudantes no Programa de Pós-graduação em Fitotecnia e sempre procurei trazer para os alunos o conhecimento prático que marcou minha carreira. Desde a época que atuava como melhorista, sempre defendi que precisamos consultar os produtores, estarmos próximos das demandas do mercado”.

Na esfera da extensão, o docente destaca seu envolvimento em atividades desenvolvidas na Casa do Produtor Rural. “A Casa do Produtor é um exemplo de trabalho de extensão e assim posso dizer que me realizei no ambiente acadêmico, pois pude interagir com os estudantes, que sempre nos desafios e continuar nos aperfeiçoando e, ao mesmo tempo, minha atuação como colaborador na Casa do Produtor permitiu ter contato com os produtores, o que sempre me deu muita satisfação”. Em maio de 2021, o docente lançou o e-Book "Cultivo de Cenoura em Condições Tropicais e Subtropicais", seu mais recente trabalho realizado em parceria com a Casa do Produtor Rural.

Fora do ambiente acadêmico, foi presidente por dois mandatos Associação Brasileira de Horticultura. Em agosto de 2020, Paulo Cesar Tavares de Melo se aposentou. “Já estava com 50 anos de trabalho e comecei a me planejar para parar. Assim, quando me aposentei, meus orientados na pós-graduação já haviam defendido suas dissertações e teses e assim decidi que era hora de ‘voltar para casa’. Assim encerrei minha trajetória na Esalq”.

Em junho desse ano, foi empossado como membro titular da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA), ocupando a 64ª cadeira. “A minha indicação à Academia, além de ser uma importante conquista pessoal, representa também um reconhecimento pelos meus 50 anos de atividades como pesquisador e docente nas áreas do melhoramento genético e fitotecnia na ciência da olericultura.”.

Em sua residência em Campinas, dedica-se ainda à finalização da obra “História das Hortaliças no Brasil – de 1500 aos tempos atuais”. “Estou terminando o livro e espero continuar contribuindo com o desenvolvimento da agricultura no Brasil”.

Texto: Caio Albuquerque (28/06/2021)

Paulo Cesar Tavares de Melo foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (crédito: Gerhard Waller)