Projeto criará aplicativo para combater a violência contra as mulheres em Piracicaba

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Heliani Berlato, do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq (crédito: Gerhard Waller)
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Criar uma plataforma digital, personalizada, que atenda a mulher no momento da agressão, como uma forma de acolhimento, além de oferecer cursos de formação e divulgar vagas de trabalho e iniciativas empreendedoras.

Esse é o objetivo maior do projeto DigNas, ação coordenada pela professora Heliani Berlato, do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). (Ouça o podcast com a professora Heliani).

Entrevistada no podcast Estação Esalq, a docente explicou que o fenômeno da violência contra as mulheres está presente em várias culturas, períodos históricos e sistemas políticos. “Durante a história da humanidade, os homens receberam privilégios e direitos como na vida política e profissional, por exemplo, enquanto as mulheres foram sujeitas à supervisão ou controle de homens, colocadas em papéis subordinados em outros domínios sociais e inúmeras vezes consideradas como objetos sexuais”, explana Heliani.

DigNas – O projeto que se propõe a somar forças afim de combater a violência contra as mulheres em Piracicaba nasce afim de mapear as áreas urbana e rural de Piracicaba a fim de se identificar os campos onde se configuram à violência contra as mulheres. “O intuito é desenvolver, a partir das informações qualitativas, um aplicativo para dispositivos móveis personalizado, com serviços de proteção, formação profissional e inclusão das mulheres vítimas de violência”, conta a docente da Esalq, lembrando que além da Esalq, o projeto contará com a participação de representantes de outras instituições e unidades da USP.

Para a viabilizar a iniciativa, o DigNas foi contemplado com financiamento pelo edital Inclusão Social e DIversidade ODS-ONU (2021), da Pró Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo (USP). “A maior preocupação está em manter o projeto sustentável. Por isso esperamos que os indicadores aqui apresentados sirvam de base para o fortalecimento de ações que divulguem a importância do projeto e permitam sua ampliação”, reforça Heliani Berlato.

Futuro – Como resultado, a docente da Esalq espera que a plataforma se consolide como um mecanismo de apoio e que propicie dignidade às mulheres vítimas de violência. “O intuito também é que possamos, no futuro, atender a outros municípios e também ser ampliada para outras regiões. Mas de imediato, esperamos que de fato haja uma redução dos casos de violência contra as mulheres, que possam ser geradas formas de acolhimento personalizado com base nas necessidades identificadas na pesquisa, que permita que as mulheres conheçam outras atividades ocupacionais além daquelas estereotipadas que acabam limitando sua atuação profissional, além de aumentar a autonomia financeira e alavancar possibilidades de empreender”, conclui.

Dados – Segundo dados do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado em 2020, foram registrados 3.730 casos de homicídios de mulheres no Brasil, 66.348 ocorrências de estupros de mulheres (sendo que 58,8% das vítimas tinham no máximo 13 anos), e 267.930 registros de lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica em 2019.

Clique Aqui e saiba mais sobre o projeto DigNas ouvindo o podcast Estação Esalq.

Texto: Caio Albuquerque (10/09/2021)

 

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