A safra 2015/2016 brasileira de cana-de-açúcar, iniciada no mês de abril, deve ser caracterizada pela recuperação da produtividade agrícola. A projeção é da equipe de pesquisadores do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), responsável pelo Levantamento de Custos de Produção de Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol no Brasil, realizado em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
André Felipe Danelon, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, afirma que há muito para ser recuperado em relação ao verão 2013/2014. “Os produtores sofreram com a estiagem e com as expectativas de elevação dos preços dos produtos graças ao aumento do dólar e do preço da gasolina”, o que, ainda segundo o pesquisador, originou um cenário insuficiente para “reverter a tendência histórica de baixa rentabilidade do setor”, explica.
Haroldo Torres, economista e gestor de projetos do Pecege, aponta que no que diz respeito à produção de etanol, espera-se que para a safra 2015/2016 ocorra uma participação maior do setor. “O etanol anidro terá maior demanda que o hidratado por conta do aumento de sua taxa na mistura com a gasolina, que passou de 25% para 27,5%. Em contrapartida, a quantidade estocada do produto deve ser suficiente para suprir essa necessidade do mercado, o que não acarretará na elevação da produção na mesma proporção”, explica.
Em contrapartida, Torres conta que o resultado do Levantamento de Custos do Setor Sucroenergético é a melhor base para saber o que esperar da próxima safra. “Realizado exclusivamente pela parceria do PECEGE com o CNA, o estudo acontece há 10 anos e é o único que pode revelar os números reais da safra 2014/2015 e indicar com mais precisão o prospecto da safra 2015/2016”, ressalta.
O gestor explica que, o levantamento ocorre a partir de dados fornecidos voluntariamente por produtores de todo o país. “Eles oferecem os dados e, como retorno, fornecemos em primeira mão os dados da safra em um relatório completo que conta, inclusive, com uma análise de benchmarking comparativa, onde o produtor é avaliado em relação aos produtores de seu setor e região”, completa Torres.
Esse ano, para tornar público os Indicadores Econômicos do Setor Sucronergético e para divulgar o Relatório de Custos de Produção de Cana-de-Açúcar, Açúcar, Etanol e Bioeletricidade no Brasil, o Pecege realizará o “V Seminário de Indicadores Econômicos do Setor Sucroenergético”.
Nesta edição do evento, em especial, será a primeira vez em que dados de uma safra seguinte serão divulgados. “Apresentaremos a previsão para 2015/2016, trazendo os resultados da pesquisa realizada pelo grupo de pesquisa no 2º semestre de 2015”, encerra.
Haroldo Torres comenta que a indústria sucroenergética está cada vez mais competitiva no contexto brasileiro por conta da representatividade do açúcar e etanol no painel de exportação do país. “A partir desta realidade, é de fundamental importância o conhecimento dessa cadeia produtiva, bem como uma análise ampla do setor, incluindo as visões agrícola, industrial e econômica”, explica.
Serviço
V Seminário de Indicadores Econômicos do Setor Sucroenergético
Data: 10 de dezembro
Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) – Av. Pádua Dias, 11, Piracicaba - SP.
Inscrições e mais informações: bit.ly/seminario-custo-cana
Texto: Lucas Jacinto, do Pecege (27/08/2015)
