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Efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no Brasil
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Figura 1.
Mapa dos
estados que reportaram
a Desordem do Colapso
da Colônia. As áreas em
amarelo mostram os estados
afetados. Última atualização
realizada em dezembro de
2009 - beealert.blackfoot.
net/~beealert/USshaded.
pdf.
Esse fenômeno passou a ser conhecido como
Desordem do Colapso da Colônia (DCC) (Colony
Collapse Disorder – CCD) (RATNIEKS; CARRECK,
2010) e é caracterizado pela perda rápida e inex-
plicada da população adulta de uma colmeia
(UNDERWOOD; VANENGELSDORP, 2007).
Nas colônias em colapso restam pouquíssi-
mas abelhas e a população passa a ser representa-
da pela rainha e algumas poucas operárias jovens.
Mesmo assim, os estoques de alimentos e os discos
de cria permanecem intactos, não sendo saqueados
ou destruídos por outros insetos parasitas como for-
migas, besouros ou até mesmo outras espécies de
abelhas pilhadoras, que roubam o mel. Essa situa-
ção pode perdurar por até algumas semanas após o
colapso (JOHNSON, 2010). Além disso, não são en-
contradas abelhas mortas dentro do ninho e ao redor
das colmeias afetadas.
Em caso de colônias que estão iniciando a
DCC, observa-se uma quantidade de cria maior do
que a capacidade de as operárias cuidarem, con-
centração de operárias novas na população da colô-
nia, presença da rainha e relutância da colônia em
consumir o alimento energético ou proteico fornecido
(JOHNSON, 2010).
Perdas em grande escala não são novidades
para a indústria apícola e muitos sintomas apresen-
tados pelas colônias em colapso já foram descritos
anteriormente (UNDERWOOD; VANENGELSDORP,
2007). Desde 1869, houve pelo menos 18 episódios
de elevada mortalidade de colônias relatados inter-
nacionalmente. O que parece diferir os atuais acon-
tecimentos dos anteriores é que a perda de abelhas
está ocorrendo principalmente porque as forrageiras,
também chamadas de escoteiras ou exploradoras,
não estão retornando à colmeia, mas deixando para
trás a ninhada (abelhas jovens), a rainha e talvez um
pequeno grupo de adultos, provocando o súbito en-
fraquecimento da colônia (VANENGELSDORP et al.,
2009). Outra particularidade é a não sazonalidade
do evento, que ocorre durante todo o ano.
Ainda não se sabe quais as causas da DCC.
Diversos fatores já foram apontados como responsá-
veis pelo novo fenômeno, desde uma nova doença
até as ondas eletromagnéticas dos celulares. Segun-
do Johnson (2010), inicialmente, as maiores descon-
fianças incidiam sobre:
• um novo patógeno;
• um novo parasita;
• envenenamento por agrotóxicos;
• desnutrição;
• alto nível de consanguinidade;
• estresse ambiental;
• manejo apícola inadequado.
Mas, conforme o relatório emitido pelo USDA
(2009), no qual foram apontados os progressos fei-
1...,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18 20,21,22,23,24,25,26,27,28,29,...88
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