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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
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Modo de ação
Exemplos
Efeito subletal
Bibliografia
Dificulta o retorno à colônia
Bortolotti et al., 2003,
Decourtye et al., 2003
Afeta o padrão da dança do oito
Kirchner, 1998
Reduz a capacidade da leitura olfativa
Decourtyeet al.,1999
Afeta o ciclo de postura de ovos
Schmucket al., 2001
Afeta a quantidade de larvas e pupas
Schmucket al., 2001
Em
Bombus
: diminui a emergência de larvas
Tasei, Lerin e Ripault, 2000
Mecanismos de ação
voltados para o controle
de fungos e plantas
Captan
Efeito de repelência – diminui a capacidade de
forrageamento
Solomon e Hooker, 1989
Defeitos morfogênicos
Solomon e Hooker, 1989
Aumento na mortalidade larval
Johansen e Mayer, 1990
Ipradione
Grande mortalidade larval
Johansen e Mayer, 1990
Produção de pupas excepcionalmente grandes
RIEDL et al., 2006
Mimetizadores da ação de
hormônios juvenis
Diflubenzuron;
Penfluron;
Metoprene
Suprime o desenvolvimento da glândula
hipofaringeana
Jaycox, Skowronek e Guynn,
1974
Estimula o forrageamento precoce
Gupta e Chandel, 1995
Reduz a captação de pólen e água
Backer e Taber, 1977
Diminui a produção de favos
Backer e Taber, 1977
Suprime a produção de crias
Backer e Taber, 1977
Triflubenzuron
Em
Bombus
: diminui o desenvolvimento dos ovos De Waelet al., 1995
Aumenta a mortalidade das crias
De Waelet al., 1995
Azadirachta
Reduz a emergência de adultos
Schenk, Imdorf e Fluri, 2001
Aumenta a mortalidade larval
Schenk, Imdorf e Fluri, 2001
Provoca má formação das asas
Schenk, Imdorf e Fluri, 2001
Reduz a área de cria
Schenk, Imdorf e Fluri, 2001
Ocorre grande mortalidade de rainhas
Melathoupoloset al., 2000
Além dos efeitos letais e subletais, os inseticidas,
principalmente os de ação neurotóxica, amplificam o
efeito causado pelos herbicidas e capinas (aplicações
manuais e mecanizadas), reduzindo os locais de nidifi-
cação e o número de flores silvestres, fornecidas pelas
plantas consideradas daninhas, provocando a destrui-
ção de áreas naturais e artificiais consideradas esta-
ções de refúgio (FREE, 1993; OSBORNE; WILLIAMS;
CORBET, 1991). Áreas cobertas com vegetação nativa
apresentam, em geral, um número considerável de es-
pécies de plantas que servem como fonte de néctar
e pólen, por meio de florescimento contínuo ou com-
plementar, ao longo do ano, sendo também usadas
para descanso, nidificação e reprodução (FREITAS,
1991). A retirada e/ou substituição dessas áreas,
em consequência do uso inadequado de pesticidas
ou da implantação de monoculturas, leva a uma severa
redução do número e da diversidade de polinizadores
(KREMEN; WILLIAMS; THORP, 2002).
4.2 Eventos de mortandade de abelhas no
Brasil e em outros países
No Brasil, a questão dos agrotóxicos é preo-
cupante. Vários relatos sobre a mortandade de abe-
lhas presumivelmente devido à contaminação pelo
uso inadequado de pesticidas vêm sendo feitos
(MALASPINA; SOUZA, 2008). A literatura brasileira é
omissa em relação aos efeitos provocados por essas
substâncias nas abelhas, pois os trabalhos com pes-
ticidas abordam sua eficiência no controle de pestes
ou, mais recentemente, as técnicas e práticas menos
agressivas ao meio ambiente, mas sem a investiga-
ção relacionada aos polinizadores (PINHEIRO; FREI-
TAS, 2010).
Malaspina et al. (2008) citam diversos relatos
sobre a mortandade súbita de abelhas em diferentes
regiões do País, como no Piauí (município de Simplí-
cio Mendes), no interior do Rio Grande do Sul, em
1...,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41 43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,...88
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