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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
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Tabela 10
. Principais culturas onde existe a presença de abelhas e os inseticidas utilizados (cont.).
Cultura
Nome comum
Grupo químico
Tomate
Imidacloprido
Neonicotinoide
Malathion
Organofosforado
Permetrina
Piretroide
Tiaclopride
Neonicotinoide
Triazofós
Organofosforado
Triclorform
Organofosforado
Zeta-cipermetrina
Piretroide
Laranja
Tiametoxam
Neonicotinoide
Deltametrina
Piretroide
Lufenuron
Benzoilureia
Tebufenozide
Diacilhidroazina
Propargite
Sulfito de alquila
Cihexatina
Organoestânico
Metidadiona
Organofosforado
Abamectina
Avermectina
Estima-se que existam 3.000 espécies de abe-
lhas nativas no território brasileiro (SILVEIRA et al.,
2002). Destas, somente três são consideradas amea-
çadas de extinção (em torno de 0,1% do total de espé-
cies),
Melipona capixaba
(MOURE; CAMARGO, 1995),
Xylocopa
(
Diaxylocopa
)
truxali
(HURD; MOURE, 1963)
e
Exomalopsis
(
Phanomalopsis
)
atlantica
(SILVEIRA et
al., 2002), o que reflete a falta de conhecimento sobre o
estado de conservação desses animais.
Muitas espécies indicadas para a lista de amea-
çadas de extinção deixaram de ser incluídas devido
à falta de informações resultante do desconhecimen-
to taxonômico (MACHADO; DRUMMOND; PAGLIA,
2008). Esse fato juntamente com a indisponibilidade
de dados e a escassez de pesquisas a respeito da
utilização dos agrotóxicos e seus efeitos sobre as
abelhas africanizadas e, principalmente, as nativas
tornam impossível determinar áreas específicas onde
o monitoramento deve ser mais intenso, ou apontar
locais que sirvam de base para o monitoramento fu-
turo das populações de abelhas ameaçadas. Para
tanto, é necessária a formação de grupos interdis-
ciplinares de pesquisadores para elaborar e definir
normas e diretrizes para um programa de monitora-
mento da contaminação e dos efeitos dos agrotó-
xicos e, posteriormente, repassar os resultados da
pesquisa para técnicos de instituições brasileiras
que trabalhem com extensão, agricultores e apiculto-
res, a fim de conciliar o benefício simultâneo do uso
racional de pesticidas e dos serviços de polinização
das abelhas sobre a produtividade das culturas (PI-
NHEIRO; FREITAS, 2010).
4.5 Influência dos agrotóxicos na DCC
A abelha melífera não sobrevive sozinha. Por
ser um inseto social, depende da divisão e realiza-
ção coletiva do trabalho, características da harmonia
e do sucesso das suas colônias. As abelhas melífe-
ras sobrevivem ano após ano aos períodos de ausên-
cia de flores não como indivíduo, mas como colônia.
Durante as safras, devido à sua elevada capacidade
de comunicação (linguagem formada pela dança, vi-
brações e sinais olfativos) e compreensão, à grande
capacidade de orientação e ao poder de coesão e
de trabalho em grupo, milhares de abelhas campei-
ras podem, no curto espaço de tempo, buscar suas
fontes de alimento na natureza, nos arredores da co-
lônia (WOLFF; DOS REIS; SANTOS 2008).
As abelhas forrageiras, também chamadas de
escoteiras ou exploradoras, com mais sucesso de
coleta, orientam a outra parcela das campeiras mos-
trando onde está a fonte de alimento encontrada, a
direção e a distância desta. Nesse sistema, elas re-
crutam outras forrageiras dentro da colmeia para a
coleta de recursos por meio de uma dança conspí-
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