10 Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro
– Realizar o monitoramento da mosca-branca,
pelo menos duas vezes por semana, para que se
possa adotar em momento oportuno as medidas de
controle e, com isso, reduzir a expansão das viroses
no cultivo, principalmente na fase mais crítica da
cultura (entre 0 e 30 dias após o transplantio),
já que, nesse período, tanto o geminivírus como
o crinivírus podem ocasionar a paralisação do
crescimento das plantas e inviabilizar todo o cultivo.
Recomenda-se a adoção simultânea de dois
métodos de amostragem:
a) As armadilhas adesivas amarelas, que atraem
adultos de mosca-branca, prestam um grande
serviço no monitoramento desse inseto (Figura 9).
Podem ser usadas cartolinas, lonas, plásticos ou
etiquetas, de coloração amarela, untadas com óleo
ou cola entomológica. Atualmente, estas armadilhas
são comercializadas por empresas especializadas.
O produtor deve colocar as armadilhas entre as
fileiras de plantio e nas bordaduras da lavoura,
fixando-as em estacas na altura correspondente ao
ápice das plantas de tomateiro. Recomenda-se a
instalação de, pelo menos, 20 armadilhas ao longo
de toda a bordadura da área cultivada, e neste caso,
deve-se escolher o ponto de instalação a 1 m para
dentro do cultivo. Com essa técnica será possível
monitorar a atividade de vôo dos adultos, detectar
o momento de entrada destes na área e identificar
os focos de infestação inicial. Alternativamente, o
produtor poderá determinar a infestação de adultos
de mosca-branca na lavoura pela inspeção da face
inferior de folhas localizadas no terço superior da
copa do tomateiro. Nesse caso deve-se percorrer
toda a lavoura em deslocamento na forma de zigue-
zague e examinar, no mínimo 100 plantas por
cultivo. Após o surgimento dos primeiros adultos da
mosca-branca, o produtor também deve inspecionar
periodicamente a face inferior das folhas do
tomateiro na busca por ninfas da praga, conforme
descrito a seguir. Isto auxiliará na correta seleção e
posicionamento dos inseticidas para o controle da
mosca-branca.
b) Para o monitoramento de ninfas nas folhas do
tomateiro deve-se dividir a lavoura em talhões; para
tomate tutorado, um talhão deverá corresponder
a 0,5 hectares, e dentro dele deverão ser
inspecionadas, pelo menos, 20 plantas escolhidas
ao acaso. No caso do tomateiro rasteiro para
processamento industrial, o talhão deverá ser
de 10 hectares e 50 plantas serão avaliadas
aleatoriamente, percorrendo-se a área em zigue-
zague. Em cada planta avaliada deve-se inspecionar
a face inferior de uma folha localizada no terço
mediano da copa do tomateiro e de uma folha
baixeira, sempre com o auxílio de uma lupa de
aumento de 20x.
– Adotar o controle químico quando necessário,
conforme recomendações apresentadas na
seção “Controle químico das moscas-brancas no
tomateiro”;
– Como alternativas aos inseticidas químicos,
podem ser utilizados óleos (origem vegetal
e mineral) e detergentes neutros em baixa
concentração na calda de pulverização, nunca
ultrapassando 0,5% volume/volume. Esses produtos
interferem no metabolismo e na respiração do
inseto, além de provocar mudanças na estrutura
da folha e ter efeito repelente. Os efeitos diretos
sobre a mosca-branca são a redução na oviposição
e transtornos no desenvolvimento ninfal,
especialmente no primeiro ínstar, em que as ninfas
não se alimentam na superfície tratada com óleo e
morrem desidratadas.
Figura 9.
Armadilha adesiva amarela para
monitoramento de adultos de mosca-branca.
5) Após a colheita
– Destruir os restos culturais (restos de colheita
e frutos podres) imediatamente após o término
da fase de colheita ou no máximo dentro de dez
dias, não abandonando as lavouras ao final do
Foto: Miguel Michereff Filho