6 Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro
contendo antecâmara na entrada e pedilúvio (caixa
com cal virgem) no seu interior. As laterais do
telado devem ser cobertas com telas de malha de
0,239 mm, a qual é menor que a utilizada na tela
antiafídica. O telado para produção de mudas deve
estar instalado sempre em local isolado e distante
de áreas de cultivo de tomateiro e demais culturas
hospedeiras na região, independente da presença ou
da ausência da mosca-branca e da incidência das
viroses; na impossibilidade da produção de mudas
pelo produtor rural, recomenda-se a aquisição de
mudas a partir de viveiros idôneos e registrados
para tal fim;
– Realizar o monitoramento da mosca-branca
dentro do telado, pelo menos duas vezes por
semana, utilizando-se armadilhas adesivas de
coloração amarela para captura de insetos adultos
e a inspeção periódica das mudas na busca por
ovos e ninfas da praga na face inferior das folhas de
mudas em desenvolvimento;
– Efetuar o tratamento químico, com inseticidas
registrados para o controle da mosca-branca na
cultura do tomateiro (Tabela 1), pelo menos na
véspera das mudas serem levadas ao campo para o
transplantio;
Figura 6.
Viveiro telado com mudas de tomateiro
em desenvolvimento.
2) Antes do transplantio
– Obedecer à legislação vigente quanto à época
de plantio, principalmente no que diz respeito ao
vazio sanitário determinado para a região. O vazio
sanitário do tomateiro foi estabelecido no Brasil com
o objetivo de reduzir os prejuízos causados pela
mosca-branca e geminivirose em tomateiro rasteiro.
A lei foi regulamentada no estado de Goiás para
tomateiro rasteiro e em alguns municípios deste
estado para tomateiro estaqueado. É obrigatório o
período de dois meses sem o cultivo de tomateiro
(dezembro e janeiro) e a adoção de um conjunto de
medidas incluindo a destruição dos restos culturais
e o manejo integrado de pragas. Especificamente
em Morrinhos (GO), o período de vazio estende-se
por três meses.
– Organizar com os demais produtores da região
as datas de plantio e a ordem em que as lavouras
serão formadas. Nas condições do Planalto Central,
em razão da alta incidência de geminivirose no
início do ano, recomenda-se que os primeiros
plantios de tomateiro sejam feitos somente a partir
de abril. Preferencialmente, plantar contra o vento
predominante para diminuir o transporte, pelo vento,
de adultos da mosca-branca presentes em lavouras
velhas para a lavoura nova;
– Não fazer plantios próximos a cultivos de outras
solanáceas (batateira, pimenteira, berinjela e
jiloeiro), bem como de cucurbitáceas (abóboras,
morangas, pepino e melancia), quiabeiro, soja,
feijoeiro e algodoeiro, os quais são excelentes
hospedeiros da mosca-branca;
– No caso de pequenas propriedades ou de
localidade com alta densidade de cultivos
irrigados, recomenda-se promover o isolamento
da área a ser cultivada com tomateiro mediante
implantação de barreiras físicas com culturas
perenes (cana‑de‑açúcar ou capim-elefante) e/ou
anuais como milheto e girassol mexicano (
Tithonia
diversifolia
). As barreiras devem ser instaladas
no entorno da área, perpendiculares à direção
predominante do vento e, quando possível, rodear
toda a lavoura. Por ocasião do transplante, as
plantas usadas como barreiras devem estar com
pelo menos 1,5 m de altura;
– Fazer o controle das tigueras (tomateiro,
batateira, soja e feijoeiro) e das plantas espontâneas
que sejam hospedeiras da mosca-branca e dos
begomovírus e crinivírus dentro da área de
cultivo, no seu entorno e nas áreas vizinhas, nos
últimos trinta dias antes da data estabelecida
para o transplantio do primeiro lote de mudas de
tomateiro naquela área. Para tanto, recomenda-
se utilizar herbicidas registrados para a cultura do
Foto: Alice K. Inoue-Nagata