12 Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro
inseticidas com outros modos de ação, inclusive
que sejam eficientes contra adultos da praga.
A adição de óleo mineral emulsionável a 0,5%
volume/volume na calda com inseticidas
neonicotinóides mostra efeito sinergista sobre
adultos da mosca-branca. Isso é observado pela
maior rapidez na morte do inseto após contato com
a planta tratada e, em caso de baixa infestação
de moscas-brancas, esse procedimento pode
inclusive reduzir significativamente a transmissão
de geminivírus para o tomateiro. Contudo, o
produtor deve ter cautela com a freqüência de uso
desse tipo de pulverização em razão do risco de
fitotoxicidez ocasionada pelo óleo mineral. Por esta
mesma razão, também vale salientar que, não se
recomenda a mistura de óleo mineral ou vegetal na
calda contendo fungicidas.
Como as moscas-brancas desenvolvem rapidamente
resistência aos diversos ingredientes ativos, deve-se
adotar um rodízio de produtos de diferentes grupos
químicos e modos de ação. Assim, recomenda-
se utilizar um mesmo produto (ingrediente ativo)
por no máximo três semanas seguidas (21 dias)
e no intervalo de pelo menos cinco dias entre as
aplicações no cultivo. Na Figura 11 é mostrado um
esquema sobre como deve ser realizada a rotação
dos produtos. Se a infestação continuar alta após
o tratamento com o primeiro produto, na 4ª, 5ª e
6ª semanas seguintes, deve-se usar outro produto,
de outro grupo químico e com modo de ação
diferente, procedendo desta maneira até a colheita.
É importante reforçar ao produtor que não tenha
apenas o controle químico como única forma de
combate da mosca-branca e dos vírus transmitidos
por este vetor. O uso de inseticidas sempre deve
estar associado a outros métodos de controle já
mencionados anteriormente.
Outras medidas também devem ser rigorosamente
adotadas para que se alcance a eficiência de
controle desejada com os inseticidas, dentre elas:
– Utilizar equipamentos (tecnologia de aplicação) e
calibragem recomendada que permitam a deposição
dos inseticidas onde os insetos estejam abrigados
no tomateiro. Como a maioria dos produtos
químicos (inclusive detergentes e óleos) atua por
contato, é importante que a calda seja distribuída
na forma de gotas finas (menos de 0,05 mm de
diâmetro) e de maneira homogênea na parte inferior
da folhagem, para atingir as colônias do inseto.
Uma pulverização será considerada apropriada
quando forem depositadas, em média, 80 gotas/
cm
2
de superfície. Isto pode ser aferido pelo
produtor mediante uso de papel indicador sensível
a formulações aquosa e oleosa, cujas cartelas são
devidamente fixadas na face inferior das folhas
minutos antes da aplicação;
– Realizar a pulverização entre 6:00 h e 10:00 h
ou a partir das 16:00 h, para evitar a rápida
evaporação da água e a degradação dos produtos
pela radiação solar;
– Usar a dosagem indicada pelo fabricante
(ver rótulo do produto) e a quantidade de água
adequada, em geral 400-600 L/ha, com pH da calda
igual a 5,0;
– Não utilizar subdosagem e nem superdosagem,
porque ambas podem selecionar populações de
mosca-branca resistentes aos ingredientes ativos
utilizados;
– Sempre utilizar espalhante adesivo;
– Evitar a aplicação de mistura de agrotóxicos
(mistura de inseticidas ou inseticidas + fungicidas).
Somente utilizar misturas comerciais registradas no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA);
– Na fase de viveiro, os tomateiros devem ser
tratados mediante imersão das bandejas em
calda inseticida ou por meio de pulverização com
Arte: Miguel Michereff Filho
Figura 11.
Esquema de um programa de rotação de
inseticidas aplicados em uma lavoura de tomateiro,
com base no mecanismo de ação.