5
Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro
após um período curto de alimentação. Alguns
minutos após a mosca-branca se alimentar em
uma planta infectada por ToCV, o inseto torna-se
um transmissor e vai transmitir o vírus quando se
alimentar em uma planta sadia. A transmissão é
semi-persistente, dessa forma, a picada de prova
não é suficiente para o inseto se tornar transmissor
e nem para transmitir o vírus. Além disso, o inseto
pode perder a capacidade de transmitir o crinivírus
se não se alimentar novamente em uma planta
infectada.
Figura 4.
Fruto de tomate com amadurecimento
desuniforme e isoporização da polpa. Seta indica
a área do fruto com amadurecimento tardio ou
irregular.
Figura 5.
Folha de tomateiro com fumagina.
Medidas de controle
A grande preocupação da cadeia produtiva do
tomateiro, em todos os seus segmentos (tutorado
em campo aberto, tutorado sob cultivo protegido,
meia-estaca e rasteiro para mercado fresco e
para processamento industrial), está associada
à crescente ineficiência dos inseticidas químicos
sintéticos, tanto para controle das moscas-brancas
como na prevenção da incidência de geminivírus
e crinivírus. Isso tem ocorrido simultaneamente
ao aumento nas perdas na produção de tomate
e à confirmação da resistência de populações de
B. tabaci
a determinadas moléculas inseticidas.
O controle químico, quando adotado isoladamente
ou de forma equivocada, apresenta eficiência muito
limitada sobre o inseto vetor e a transmissão de
vírus, respectivamente. Portanto, para a obtenção
de bons resultados no manejo das moscas-brancas
e das viroses na cultura do tomateiro deve-se
preconizar o manejo integrado de pragas (MIP)
envolvendo várias medidas de controle, sendo todas
igualmente importantes.
O tipo de dano causado pela infestação de moscas-
brancas no tomateiro exige uma tomada de decisão
muito distinta daquela praticada no MIP de culturas
(por exemplo em soja e algodoeiro) em que essa
praga não tem relevância como transmissora de
vírus. Quando a mosca-branca atua como sugador,
o dano ao tomateiro só ocorrerá com uma alta
população dessa praga, principalmente por reduzir
o vigor das plantas e por injetar toxinas que
promovem o amadurecimento desuniforme dos
frutos e pela isoporização da polpa. Entretanto,
quando a mosca-branca atua como vetora de vírus,
uma baixa população pode facilmente transmitir
o vírus em um grande número de tomateiros,
chegando a atingir 100% de incidência de vírus.
Nesse sentido, o manejo da mosca-branca deve
ser realizado em todo o ciclo da cultura, para
evitar tanto a transmissão de vírus, como o
amadurecimento desuniforme e a isoporização da
polpa. Assim, para as diferentes etapas do cultivo
recomendam-se as seguintes medidas:
1) Fase de viveiro – produção de mudas
– Utilizar híbridos e/ou variedades de tomateiro com
ótima adaptação regional, que sejam precoces e
tenham resistência aos geminivírus e crinivírus. Para
mais detalhes veja a seção “Cultivares resistentes”;
– Produzir mudas sadias e de alta qualidade
fitotécnica. As mudas devem ser produzidas em
viveiros telados (Figura 6) com entrada restrita,
Foto: Miguel Michereff Filho
Foto: Alice K. Inoue-Nagata