Guia para o Reconhecimento e Manejo - page 2

2 Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro
Os geminivírus apresentam partículas em formato
de duas esferas ligadas, formando uma estrutura
geminada, o que deu origem ao nome da família.
Esta família é a maior entre os vírus de plantas,
com mais de 325 espécies. Esses vírus geralmente
produzem nas plantas infectadas sintomas de
clorose (leve amarelecimento) entre as nervuras,
deformação foliar e nanismo (diminuição
do crescimento da planta). Os geminivírus
transmitidos por moscas-brancas pertencem ao
gênero
Begomovirus
e são também chamados de
begomovírus. Muitas vezes, o sintoma é severo
com o aparecimento de um mosaico bem amarelo
nas folhas, o que faz com que os produtores
denominem a doença como mosaico-dourado. São
várias as espécies de geminivírus que causam o
mosaico-dourado do tomateiro no Brasil, mas o
vírus conhecido como vírus do encarquilhamento
severo do tomateiro (espécie
Tomato severe
rugose virus -
ToSRV) destaca-se por sua ampla
distribuição e alta predominância. Não é possível
distinguir qual espécie de geminivírus causa a
doença pelos sintomas que produzem em plantas
infectadas, pois todas causam sintomas bem
semelhantes. Em geral, esses sintomas iniciam
com clorose das nervuras, evoluindo para clorose
entre as nervuras (Figura 1A), mosaico dourado,
deformação das folhas, pouco desenvolvimento
das folhas, rugosidade, nanismo (Figura 1B) e,
ocasionalmente, necrose (Figura 1C). Os sintomas
podem ser severos em casos de infecção precoce,
diminuindo a produtividade devido à produção de
menor número e tamanho de frutos. Em infecções
mais tardias, os prejuízos são menores. Em geral,
as plantas infectadas são mantidas nas lavouras,
pois as plantas continuam produzindo mesmo com a
infecção. Isso faz com que a planta seja uma fonte
de vírus para as plantas sadias. A mosca-branca
Bemisia tabaci
é a transmissora dos geminivírus de
tomateiro.
Os crinivírus são distintos dos geminivírus. Suas
partículas são alongadas e são classificadas na
família
Closteroviridae
e gênero
Crinivirus
. O seu
relato no Brasil é recente (a partir de 2008) e
apenas uma espécie foi encontrada, o vírus da
clorose do tomateiro (espécie
Tomato chlorosis
virus
- ToCV). Em tomateiro infectado, o ToCV
causa clorose entre as nervuras nas folhas mais
velhas (Figura 2A), lembrando a deficiência de
nutrientes. As folhas enrolam (Figura 2B) e ficam
Figura 1.
Tomateiro com sintomas de geminivirose.
A - clorose entre nervuras; B – nanismo,
enrolamento foliar e clorose entre as nervuras; e
C – manchas cloróticas e necrose foliar.
com aspecto quebradiço. Em geral, os sintomas
aparecem mais tarde, a partir dos 40 dias. Não
é comum observar sintomas nas folhas mais
novas. Com a evolução da doença, sintomas de
manchas cloróticas e mosaico são vistos nas folhas
medianas. As moscas-bancas são vetoras do ToCV.
Enquanto os geminivírus somente são transmitidos
Fotos: Alice K. Inoue-Nagata
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