Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 91

Manejos aplicados à maternidade
Capítulo 7
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7.5.1. Alimentação da fêmea na maternidade
Como em todas as outras fases da produção, a estratégia de alimentação na maternidade
deve ser definida levando-se em consideração as recomendações da genética e da nutrição. O
sucesso de um manejo alimentar na maternidade consiste em dar condições para que a matriz
produza o máximo de leite e perca o mínimo possível de estado corporal.
Deve-se iniciar fornecimento da mesma quantidade de ração que ela vinha comendo no
final da gestação, 24 horas após o parto, aumentando a oferta nos dias seguintes até que, já no
terceiro ou no máximo no quarto dia pós-parto, já esteja comendo a quantidade de ração reco-
mendada ou à vontade.
É fundamental que as matrizes tenham o consumo de ração relativamente alto durante a
lactação, o que muitas vezes é limitado pelas altas temperaturas ambientais. Via de regra, uma
matriz ao final da primeira semana de lactação, deverá consumir algo ao redor de 7,5 kg de ra-
ção/dia, o equivalente a 2,0 kg fixo mais 0,5 kg por leitão lactente.
Para que a matriz consuma grande quantidade de ração, além das questões relacionadas
ao conforto ambiental (temperatura), é preciso lançar mão de manejos que estimulem o consu-
mo, como oferecer a ração na forma pastosa, com acréscimo de água e arraçoar várias vezes ao
dia (3 a 4), com especial atenção às horas mais frescas (cedo pela manhã e à noite).
A disponibilidade de água fresca em abundância também contribui para ummaior consumo
de ração. Uma matriz em lactação requer 25 a 35 litros de água por dia. A vazão dos bebedouros
deve ser de 2,5 litros/minuto.
Os funcionários envolvidos com o arraçoamento das matrizes devem ter plena consciência
da importância do consumo efetivo na lactação e das quantidades recomendadas em cada fase.
O desconforto térmico (calor) pode ser percebido de várias formas, como respiração ace-
lerada e baixo consumo de ração. O manejo de cortinas e ventiladores nem sempre é suficiente
para amenizar as condições climáticas e, em determinadas épocas do ano, o uso de climatização
para melhorar o conforto térmico da matriz lactante é indispensável.
7.6. Sanidade da matriz lactante
Além das questões relacionadas à alimentação da matriz para garantir a produção leiteira
e minimizar as perdas de condição corporal, deve-se controlar o comportamento da matriz, prin-
cipalmente nos primeiros dias pós-parto.
A MMA, ou Síndrome Metrite, Mastite, Agalactia, ou ainda chamada de Síndrome de Disga-
lactia pós-parto, caracteriza-se pela secagem total ou parcial da produção de leite nos primeiros
três dias pós-parto.
Como causas, destacam-se as infecções que podem estar localizados no útero, na glândula
mamária, nas vias urinárias ou no intestino. Também situações de estresse, ferimentos nas tetas,
uso de toque ao parto sem higiene e intoxicação por micotoxinas podem desenvolver o quadro.
Os sintomas da MMA também são variáveis, podendo ocorrer isolada ou simultaneamente,
tais como:
1. Agalactia (ausência de leite) ou hipogalactia (baixa produção de leite);
2. Anorexia (falta de apetite);
3. Febre (acima de 39,5°C);
4. Decúbito external (escondendo as tetas);
5. Prostação;
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