diferenças na composição da produção agrícola a partir de diferentes lavouras, no nível de tecnologia
empregado e demais estratégias de manejo, e em aspectos como o tamanho das propriedades e outros
fatores", acrescenta Nicole.
Centro-Oeste
Considerando a heterogeneidade dos cenários agrícolas brasileiros, a pesquisa apontou a região Centro-
Oeste como a menos vulnerável às variações na temperatura média. De acordo com o trabalho, diversos
fatores podem ser avaliados a fim de se justificar este resultado.
"O expressivo crescimento da região como grande produtora e exportadora no contexto nacional; a
predominância da soja no Valor Bruto de Produção destes estados - cultura que teve expressivo aumento
de adaptabilidade a diversas condições climáticas tropicais; e, também, à recente capitalização dos
produtores, consequente da expressiva elevação dos preços internacionais da soja, inclusive após 2006
(ano do último censo agropecuário disponível, base de dados para os demais trabalhos sobre o tema) - o
que pode ter levado ao aumento dos investimentos e fortalecimento dos sistemas agrícolas da região",
descreve a autora.
Ações de resiliência
Segundo os autores Pereira, Angelocci e Sentelhas (2007), algumas ações que podem auxiliar na
obtenção de resiliência são a diversificação das variedades plantadas, a utilização do plantio direto, a
correção nutricional e controle de pragas e doenças (culturas com maior vigor tendem a ter maior
tolerância às mudanças nas condições climáticas ideais), e o uso de irrigação.
"Ao captar o nível de vulnerabilidade dos principais estados produtores às potenciais mudanças nas
condições climáticas médias, os resultados desta pesquisa representam um diagnóstico geral para
políticas públicas setoriais regionais e para novos estudos. No caso do Brasil, devido à extensão territorial
e à expressiva heterogeneidade do setor agrícola, pesquisas e demais ações que auxiliem e subsidiem
estas políticas direcionadas permitem, a orientação de investimentos na aplicação de medidas
compensatórias para reduzir estes potenciais impactos", finaliza a economista.