Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 134

Manual de boas práticas na produção de suínos
Capítulo 12
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12.6.1. Decantação
O decantador é o sistema mais simples
de separação física dos dejetos, mas também
o que apresenta a menor eficiência de separa-
ção (sólido/líquido). Um dos exemplos é o de-
cantador de palhetas, usado pelos pequenos
e médios produtores (figura 3). Sua função é
separar as fases sólida e líquida. O lodo produ-
zido (10 a 15% do dejeto total) deve ser arma-
zenado e tratado adequadamente antes de ser
usado como adubo. Isso pode ser feito com re-
tenção em esterqueiras, lagoas ou biodigestor
por um período mínimo entre 30 a 40 dias (es-
tabilização). Em alguns estados, a legislação
recomenda um período de estocagem de 120
dias, antes do seu uso como adubo.
12.6.2. Peneiras
Nas peneiras (Figura 4), a retenção de
sólidos é menor que no decantador, sendo de
3 a 10% para as peneiras estáticas e de 40%
para as peneiras vibratórias.
12.6.3. Lagoas naturais
O dejeto suíno pode ser tratado e arma-
zenado com o uso de lagoas. As lagoas são di-
mensionadas de acordo com a carga orgânica e o tempo de retenção hidráulico do material.
Devem ser revestidas com material específico com a finalidade de evitar o contato com o lençol
freático ou águas subterrâneas. As lagoas se dividem em anaeróbias, aeróbias, facultativas in-
terligadas ligadas em série.
a) Lagoas aeróbias (Figura 6): são profundas (2,5 m) e seu objetivo principal é a
remoção da carga orgânica e coliformes fecais;
b) Lagoas facultativas: têm como objetivo principal a remoção de nutrientes
nitrogênio), auxiliando no processo de remoção da carga
orgânica e coliformes fecais. São lagoas rasas com 1 metro de profundidade ;
12.6.4. Biodigestor
O biodigestor (Figura 7) é um reator biológico cuja função principal é a degradação da carga
orgânica contida nos dejetos. Funciona em condições anaeróbias (ausência de oxigênio), produzin-
do um efluente líquido (biofertilizante) e gerando o biogás. Existem vários modelos de biodigestores,
sendo o modelo Canadense, construído em lona de PVC, o mais utilizado atualmente no Brasil.
O resultado da decomposição dos dejetos é a geração de um gás de alto poder energético,
capaz de substituir a lenha, a gasolina e o GLP. Ainda, tem-se a valorização dos dejetos para uso
agronômico como biofertilizante, redução da carga orgânica e menor tempo de retenção hidráulica
e de área para a degradação anaeróbia, em comparação com sistema de tratamento em lagoas. O
Figura 3: Decantador de dejetos, com lagoas de
estabilização ao fundo.
Figura 4: Peneiras na separação de dejetos sólidos.
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