Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção - page 56

Manual de boas práticas na produção de suínos
Capítulo 5
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da ocorrência de doenças. Sua aplicação, entretanto, ajuda a minimizar os efeitos negativos de-
terminados pela maioria das infecções endêmicas às criações de suínos.
Isso significa que, se não for realizada a correta higienização, o lote seguinte de animais
irá se deparar com os agentes que restaram no ambiente, oriundos do lote anterior. Somado a
essa situação, devemos lembrar que qualquer estresse leva a imunodepressão em graus va-
riados, ou seja, queda da resistência dos animais, como no caso de transferência de animais
entre instalações. O somatório da baixa higiene das instalações, então, conjugado ao estado
de baixa resistência dos animais constitui a fórmula perfeita para o aparecimento de doenças
nos animais recém transferidos.
Animais em ambientes com baixa pressão de desafio (no caso, limpos e desinfetados) e
com boa resistência (nutrição adequada e imunizados com vacinas adequadas e específicas
ao desafio) têm melhor desempenho e menor ocorrência de doenças, gerando, desse modo,
melhores resultados.
Tabela 4: Falhas na limpeza e desinfecção
Principais falhas no processo de limpeza e desinfecção na suinocultura
Remoção incompleta dos dejetos antes dos procedimentos de limpeza;
Mão-de-obra desqualificada ou que não foi treinada adequadamente;
Uso inadequado dos produtos devido à falta de orientação;
Lavagem insuficiente com quantidade e pressão de água inadequada;
Falta de desinfecção de paredes e teto;
Falta de limpeza e desinfecção nas áreas externas da granja;
Limpeza inadequada dos silos, sem retirada dos restos de ração;
Falta de limpeza e desinfecção dos veículos que circulam pela propriedade;
Desinfecção inadequada de roupas e utensílios dos colaboradores;
Quantidade de solução desinfetante insuficiente para uma determinada área;
Mistura de vários desinfetantes (com inseticidas ou com detergentes);
Uso de desinfetante inadequado para o controle de uma doença específica;
Diluição incorreta do desinfetante a ser usado;
Tempo de vazio sanitário insuficiente.
O recebimento e a armazenagem dos desinfetantes também são outros pontos que mere-
cem atenção especial para evitar acidentes ou mesmo alterações indesejáveis. Ao recebê-los,
confira quantidades, possíveis danos à embalagem e sedimentos ou alteração de cor (quando o
recipiente permitir). Para armazená-los, considere sempre as instruções do fabricante e a ficha
de segurança do produto.
5.9.2. Características dos desinfetantes
É muito importante estabelecer quais as bases serão utilizadas para desinfecção dentro da
granja, inclusive determinando o tipo de desinfetante e sua correta diluição para cada instalação
ou fase de criação. Tal planejamento deve prever o gasto mensal ou anual, quando tecnicamente
justificável, estabelecer rodízio de bases ou princípio ativo e ainda estabelecer responsabilidades
na execução e treinamento do pessoal.
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